sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

By Mary


Assinatura q a Mary fez pra mim, tah linda!!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A Mulher Canela


As luzes ascendem

A mulher canela

De olhos negros

Flameja amor dos lábios

Enquanto o cheiro da bebida quente

De chocolate cremoso

Derrete-se na fumaça das cinzas

De tempos afundados pelas horas

Passado perdido na memória

De auroras preenchidas por outro começo...

Dance senhora, dance!

Como a serpente emplumada

Em seu ritual divino

Movido a cacau

Os deuses estão soprando milagres

Em seu ventre enlouquecido

Enquanto o chocolate derrete na boca

O sabor adocicado de prazer e de culpa

O cheiro aromatizante que invade a mente

A mulher canela que me abraça

Em sua dança proibida...

Priscila de Athaides – 07/12/2007

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Pirulito


Meu amiguinho Phanta com um pirulito na mão!

Gira pirulito gira

Caminhos brancos

Caminhos vermelhos

Caminhos azuis

Caminhos doces

Caminhos simples

Tijolos amarelos...

Gira pirulito

Derretendo nos lábios de uma criança

Que cresce e que muda os trajetos

Caminhos ramificados

Escuros e vazios...

Pirulito que bate-bate

Quem gosta de mim sou eu

Alcançando os céus

Pulando amarelinha

Correndo atrás de aventuras

Ninando a boneca de pano

Façanha nos olhos de uma criança...

Dizem que as fadas existem

Voando na mente suave

Da garota que sonha acordada

Que pula corda

Mergulha entre as flores cheirosas

E cai no país das maravilhas

Toma chá com a lebre maluca

Corre atrás do coelho branco

Joga críquete com a rainha de copas

Desvenda adivinhações do chapeleiro louco...

Louco está o mundo

No dia que tudo se esvai

E o pirulito seca

Amargando na boca...

Priscila de Athaides – 04/12/2007

Os Picos Gêmeos

Nasce o sol por trás dos picos gêmeos

Nasce para os que não dormem mais

Dançando o ritual da senhora da noite

Dizem ser a mãe da terra

Falam que o seu cheiro corre no ar

Excitando os homens

Enchendo o ventre das mulheres de vida...

E os picos é a sua morada

O monte Olímpio da senhora antiga

Na memória dos homens etéreos,

Aqueles que ainda respiram

O ar leve da senhora da vida

Perdida nos velhos picos...

E os picos gêmeos parecem dançar

Ao brilho do sol que queima

Dizem ser a mãe da terra

Soando o seu cantar diurno

Enquanto Apollo atira os seus raios

Na mente dos homens terrestres

As palavras de Sofia adormecida

Por trás do véu da vida...

E nasce a vida em meio às palavras

Da senhora esquecida

Que renasce engrandecida

Nos picos gêmeos

No sol que brilha

No vento que sopra

Palavras da formosa Sofia.

Priscila de Athaides – 04/12/2007

Olho Você

Eu me olho em você

Mais uma vez

Essa pessoa estranha que fala por mim

Todas as palavras tortas

E diz que eu sou assim

Enquanto eu digo que não...

Eu olho você

Atravessando as barreiras dos mundos,

Paralelos que não se cruzam

Quando não olho você.

Eu quero enxergar além

Você, tão invisível

Vê em mim

Apenas uma criança temerosa

Escondendo-se para não se entregar

As suas palavras mortas.

Eu olho você

Novamente

Eu caminho pra trás

E colo os lábios

Deixo você entrar

E correr em meus pensamentos

Até onde os pensamentos permanecem frescos

E nunca mais...

Olho você.

Priscila de Athaides – 04/12/2007

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Sofá de couro bege

As multidões permanecem no caos

Barulhentas e passageiras

Por entre os asfaltos quentes e permanentes

Enquanto o horizonte muda a cada instante

Até se tornar invisível e frio

Quando a escuridão toma conta

E o caos permanece

Sempre do outro lado

Da janela estática e luminosa

Que transpassa cada átomo

Roubando os momentos vazios

Silenciando as palavras hipócritas

De resgate e humilhação

E dos sonhos que permeiam a todos

Sempre os mesmos.


E os que estão deste lado

Permanecem sentados, em letargia

Que parece congelar os momentos

Enquanto o vento corre entre as estações

E tudo parece igual

Tudo é igual

Menos o tempo

Que leva o próprio tempo

Até o momento em que o caos toma conta

E o asfalto parece próximo ao rosto

Que frio, beija a face

Quando caem os que deixaram a vida virar pó

Sentados naquele momento estático

Esperando a vida correr em seus corpos

Sem notar a própria vida.

Priscila de Athaides – 30/11/2007

sábado, 24 de novembro de 2007

O jardim da senhora das flores

Dos ares venezianos

Terras gaúchas foram invadidas

Pelo cheiro das flores italianas

E então levadas pelo vento

Para a princesa do sertão

À árida terra nordestina...

Do solo maternal

A nova geração dos ‘Joaõs bons’ é invadida

Invade os sonhos da criança esquecida

Nas lembranças da mulher adormecida

Que não se esquece e não mais se apega

A infância perdida...

E as flores dançam

O ritual da vida

O jardim vive

Nas ondas da memória...

A senhora das flores surpreendida

Pelo trágico acidente fatal

Que foi-lhe arrancada a metade

Para o incerto mundo etéreo

Parte para a terra arborizada

A úmida região amazônica

Abandonando o seu jardim, esquecido

Na gema dos sonhos inesquecíveis...


Priscila de Athaides - 23/11/2007

Celulose

Palavras são sussurradas ao vento

Códigos indecifráveis

Segredos incontáveis

Incompreensivelmente simples

Aos que caminham sem rumo

Pelos já traçados passos vazios...

Palavras que cantam as suas melodias

Acordando o mundo que alvorece

Jorrando em folhas brancas

Sorrisos e lágrimas

Esperanças e desilusões

Rimas ricas, versos pobres,

De amor e de dor

De pensamentos tolos

Nostálgicos

De reflexões

Desenhando o mundo

Em linhas invisíveis

Vivas, nesse mundo que as desprezam,

Esse mundo surdo, esse mundo cego,

Que raia dia após dia

Num ciclo infinito

Sem notar a sua existência

Como as árvores que permanecem...

Sem fim...


Priscila de Athaides - 11/10/2007

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Réquiem dos mortos-vivos


(Foto do filme 'Zombie - Flesh Eaters' do diretor italiano Lucio Fulci, 1979.)


Dançam os espectros prateados

Nas profundas catacumbas mudas

Cantam para a sagrada lua avermelhada

Trenodia para os que jazem

Em fria terra sagrada

Transformados em pó esquecidos

Enquanto madruga aos olhos dos que respiram

O venenoso oxigênio necessário.


E aqueles que descansam

Ao som do mórbido réquiem

Das sombrias almas penadas

Despertam com os seus brancos olhos Romerianos

Ao sino preciso das 3:00 matinal

Entre os túmulos maculados

Pela essência divina e cruel

Dos demônios enraivecidos.


E cavam a podre terra

Com as suas mãos putrificadas

Guiadas pela terrível fome eterna

De tripas e vísceras

De músculos e ossos

De sangue e de carne macia

Dos que ainda permanecem em vida

Nessa vazia rotina estática.


Caminham a passos lentos

Forçando as suas juntas enrijecidas

Por longas horas entorpecidas

Pelo amargo veneno da morte

Com as suas caras inexpressíveis

De uma maldição Lugosiana

Na efervescente noite vermelha

De puro horror apocalíptico.


Priscila de Athaides – 12/11/2007




sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Jóias Perdidas

Adeus folhas que vão
Pelos ventos do outono
Hoje o dia penumbra
Mergulha nos lábios salgados
Caminha nos olhos fechados
Como temporais de areias
Cobrem as jóias do tempo
As eternas jóias perdidas.
Mas hoje os olhos abrem
Revê a face do passado
Que mastiga o órgão pulsante
Sacia-se do sangue latente
E bombeia a vida daquele que não sentia
E hoje sente
Lembranças que trazem saudade...
Adeus folhas que vão
E que retornam com o tempo
Para serem espalhadas nas horas instáveis
E pesar na memória como as jóias perdidas...

Priscila de Athaides - 09/11/2007

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Bianca

Hoje é uma daquelas noites frias, uma névoa gélida toma conta da cidade, o céu está coberto de nuvens, e ainda assim pode-se ver a luz da lua atravessando algumas nuvens. É uma daquelas noites que o sono demora a vir. Isso têm sido algo que se repete com bastante freqüência ultimamente, acredito ser por causa do casamento que está próximo. Hoje é 12 de maio e faltam apenas três dias para casar-me com o Conde Ricardo de Orlando.

Tenho por agora 17 anos, completei-os recentemente, no final do mês de abril. Estou noiva já há três anos. Não posso afirmar que amo-o, mas afeiçoei-me a ele. O Conde nos ajudou muito quando precisamos.

Minha mãe, D. Matilda Gonçalves, ficou viúva muito nova, eu tinha apenas dois anos na época. Meu pai era contador do governo e sofria de gota. O trabalho tomava-lhe muito o tempo, não gostava de deixar as coisas acumulando-se, dizia a minha mãe, então desleixou-se de sua saúde até que a doença o tomou de tal forma que fora irreversível. Minha mãe herdou a casa e a então escrava Dita.

A casa é relativamente grande, com 2 andares, muito maior do que necessitamos, é verdade, mas é bastante confortável. Constitui de um hall, duas salas, uma de visitas e outra de jantar, uma cozinha, cinco quartos, sendo que três ficam no andar de cima, um deles é o meu e a suíte é da minha mãe, o terceiro usamos como sala de costura, e dois quartos ficam no andar de baixo, um deles ocupado pelas empregadas e o outro usamos de depósito de comida e outras coisas, e três banheiros, dois no andar de baixo e um que é a suíte, um dos banheiros é pros serviçais e o outro é o social, costumava usar o da minha mãe, mas agora utilizo o de baixo, Cristal me ajuda a levar as minhas coisas até o banheiro e depois trazê-las de volta para o meu quarto.

Minha mãe dizia ser herança do meu avô paterno, tinha muita afeição por ele. Disse-me que meu avô chegou a morar com eles no começo do seu casamento, mas que morreu em menos de 1 ano, isso afastou o meu pai dela, que mergulhava mais e mais no trabalho.

A casa antes era realmente bela, tínhamos rendas espalhadas pelos balcões e mesas da casa, quadros lindos no hall, algumas esculturas, os móveis eram novos e estavam sempre bem limpos e os lençóis tínhamos aos montes, de todas as cores, de vários tecidos. Como meu pai não deixou grandes quantias de dinheiro para mamãe, e como a pensão do governo era apenas o suficiente para pagarmos algumas contas e alimentarmo-nos bem, minha mãe começou a costurar para os vizinhos, arte que aprendi muito cedo para ajudá-la no serviço. Ganhavamos pouco, mas adicionado à pensão, dava para vivermos com conforto.

Com o passar do tempo e com a solidão, mamãe entregou-se a bebida. A princípio não me importava tanto, porém a bebida começou a ficar constante, passou a beber quase todas as noites, passei a costurar por nós duas, pois ela começou a acordar tarde e de ressaca. Começamos a perder clientes, as fofocas corriam pelas ruas, o dinheiro começou a faltar, começamos a nos desfazer de algumas posses. Os quadros foram os primeiros, depois as rendas, alguns móveis e finalmente alguns dos lençóis mais caros. Foi difícil desfazer-se deles, mamãe dizia que vinham de Paris, presentes de casamento.

Foi difícil para mim me desfazer dos quadros. Tinha um em especial que adorava. Ficava em um dos quartos do andar de baixo, costumava ser o escritório do meu pai, agora serve como depósito. No quadro tinha uma moça seminua, apenas um lençol vermelho cobria-lhe o corpo, tinha longos cabelos negros e olhos escuros. A moça parecia observar a quem a olhava, e sorria um sorriso convidativo. Achava-a linda, parecia feliz. Mamãe detestava, dizia que o meu pai admirava-o as vezes por horas. Foi o primeiro que ela se desfez.

Há cinco anos a escravidão acabou, minha mãe achou que iria perder Dita também, porém Dita permaneceu, ajudava no que podia, mas estava velha, já não agüentava todo o serviço da casa sozinha, ajudava-a no que podia, já que todas as manhãs ocupava o meu tempo estudando com a minha tutora Anne, filha de uma amiga da minha mãe.

Anne tinha quase trinta anos, mas era de uma beleza incrível, com os seus longos cabelos loiros e seus olhos verdes claros. Achava-a incrível, culta, inteligente, conversava-mos muito, Anne era o que de mais parecido eu tinha com uma amiga. Ensinava-me português, literatura, uma noção de matemática, etiqueta, inglês entre outras coisinhas do dia-a-dia. Dizia que eu era talentosa com a costura, dei de presente para ela um lindo vestido azul escuro que usava para freqüentar as festas da sociedade. Eu a amava, queria tê-la por perto o tempo todo, mas me contentava com as 8 da manhã até o meio-dia. Às vezes almoçava com a gente, entretanto após o seu noivado não era com tanta freqüência. Ela noivou-se com o Duque de Corvinas, dono dos cafezais da região. Detestava-o, com os seus cabelos ruivos ralos e a sua pele manchada de sarnas. Achava-o grosseiro para a delicada Anne e sabia que assim que se casassem, ela não seria mais a minha tutora, e isso torturava-me.

Após casar-se, vejo-a apenas nas missas de domingo, que agora vou sozinha, já que minha mãe deixou de me acompanhar desde que a bebedeira apossou-se dela. É o único dia que freqüento a sociedade, não gosto tanto, as pessoas cochicham quando eu passo, sei que falam da minha mãe, foi um dos motivos dela ter abandonado a igreja, um escândalo para alguns, mas aquele falatório não fazia bem a ela, acabava bebendo ainda mais.

Há uns dois anos mamãe adoecera, estava tuberculosa. Sabemos que o seu fim é certo, o médico vem vê-la todas as sextas, a sua cara me desanima. Eu cuido de minha mãe como posso, sua enfermidade me deprime, o Conde Orlando têm sido generoso, paga os remédios e chamou uma ajudante para os afazeres domésticos. Essa seria Cristal, uma garota ainda de uns 15 anos. É realmente bela, com a pele cor de canela e longos cabelos cacheados, seus olhos tem uma cor amendoada, quase mel. Cristal logo causou desordem na cidade. Todas as sextas a noite sai, alguns falam que vai praticar a sua magia, começou a seduzir alguns homens casados e outros solteiros, eu não me importo com isso, já estou acostumada com o falatório.

O Conde Orlando conheci quando Anne ainda me dava aulas, era amigo do Duque, herdeiro da maior casa do centro, seus pais tinham falecido há pouco e sentia-se muito só. O Duque me indicou como costureira, falou-lhe que tinha grandes talentos para roupas de gala. Encantou-se comigo, falava que o meu cheiro o embriagava e que adorava os meus cabelos soltos caindo sobre os ombros. Achava-o engraçado, mas não me interessava por ele. Noivei por incentivo de mamãe, precisava casar-me e minha mãe via a grande vantagem que esse casamento iria me trazer. Não queria, sentia-me entristecida quando falava isso com Anne, mas ela me dizia que iria ter que me abandonar e eu me sentiria muito só, seria bom a companhia de um homem na minha vida. Aceitei-o por fim.

Ele vem visitar-me todas as sextas, eventualmente me convida para ir aos bailes com ele aos sábados, às vezes vou, mas não gosto. Eu me sinto mascarada em meio àquelas pessoas cheias de pompas, tenho que sorrir o tempo inteiro e todos me tratam muito bem, e eu detesto esse tratamento hipócrita, porque sei que falam mal de mim e minha mãe pelas costas, agouram o meu noivado, dizem que eu não sou merecedora do Conde com uma mãe cachaceira como a minha. Sempre invento algum mal estar nos bailes e retorno cedo para casa.

Desperto todos os dias às 7 horas, antes Dita me acordava, agora é Cristal. Dita começou a despertar um pouco mais tarde, lá pelas 9 horas e dormia cedo, umas 20 horas, era a idade, de fato estava muito velha. Mas eu adoro ser acordada por Cristal, ela tem uma delicadeza em suas mãos quando me acorda tocando os meus ombros. Eu me sinto ferver quando abro os olhos e vejo os seus olhos amêndoas me encarando e depois quando sai com o seu rebolado delicado. Tem um lindo corpo, um cheiro leve de rosas que invade o meu quarto. É realmente formosa, entendo porque enlouquece os homens, vejo como o Conde olha para ela.

Após Cristal estabelecer-se em minha casa, aprender direito como cuidar de minha mãe e os horários dos remédios, antes tarefa minha, o Conde decidiu me presentear com uma viagem até Londres, para aprimorar os meus estudos. Passaria 1 ano fora, ele sabia da minha afeição pelos estudos graças ao que Anne contava para ele, e sabia que tinha grande fluência em inglês. Fiquei bastante eufórica com a notícia, mas o meu coração se despedaçava por ter que abandonar a minha mãe, temia partir e ela vir a falecer. Todavia sabia da importância daquela viagem, decidi por fim ir. Tinha um e meio ano de noivado já e sabia que essa viagem o estenderia, mantendo a idéia de concretização do casamento longe.

Foi realmente interessante esse ano que passei em Londres. Estudei muita literatura, morei em uma república com estudantes de vários lugares do mundo, cada um com uma cultura diferente. Mas os ingleses, esses eram frios, eram cheios de horários e de modos, eram quase que intocáveis. Mas gostava muito das minhas aulas de literatura. Li bastante Shakespeare, meu professor, Sr. Willistone, adorava-o. Os ingleses o idolatravam, poderia iniciar-se qualquer conversa partindo de Shakespeare. Li Hamlet, Mcbeth, Otelo, Romeu e Julieta e A megera domada que é a obra de Shakspeare da qual mais gosto, não por ter uma personagem com o mesmo nome meu, mesmo porque não gosto de Bianca, acho-a tonta, mas porque adoro Catarina, que recusou-se a se casar com Petrucchio de início e foi indomável boa parte do livro. Acho-a interessante, queria ser como ela, mas não posso me dar a esse luxo.

Contudo o que mais gostava de ler em Londres era a literatura gótica que fervilhava enquanto estive por lá. Tem um conto em particular que adoro, chamado Carmilla do irlandês Sheridan Le fanu, queria estar no papel de Laura e ter o meu quarto invadido todas as noites por Carmilla para sugar-me a vida. Apaixonei-me pelo conto.

Sentia-me desprezada em Londres, via as ruas me encarar com ódio, sentia-me estranha, tinha saudades de casa. Fiz amizade com uma espanhola, Carmem. Ela me contava que os ingleses não gostavam de estrangeiros, temiam perder os seus empregos, achavam-nos sujos, diziam que nós impregnávamos as ruas deles com doenças. E sentia-me como uma praga naquelas ruas.

Carmem e eu conversávamos muito, entendia-a pouco no começo, mas logo começamos a nos entender melhor. Às vezes, quando as noites eram muito frias, Carmem dormia comigo, adorava senti-la perto de mim, a sua pele queimava junto a minha e Carmem tinha um cheiro que me perseguia o resto do dia, doce, suave.

Uma noite ela me acordou, estava bêbada, dizia ter conhecido um americano e que iria fugir com ele para os Estados Unidos, queria me levar junto, ela sabia que eu me sentia sufocada com a minha vida no Brasil, mas era impossível, devia gratidão ao Conde. Carmem partiu, senti-me solitária até a minha volta ao Brasil. Às vezes me escrevia. Dizia que estava desamparada nos Estados Unidos, teve que prostituir-se, o homem a abandonara após dois meses juntos, disse que se cansou dela. Eu queria resgatá-la, mas não podia. Parou de me escrever com o tempo. Sinto falta do seu corpo quente nas minhas noites frias.

Hoje é uma dessas noites, queria vê-la nas ruas dessa cidade enquanto olho pela janela, mas tudo o que vejo são nêvoas. Me sinto realmente só nessas noites, queria fugir, mas as tosses da minha mãe me avisam que devo permanecer e encarar tudo, não quero que ela sofra mais. Tudo o que me resta agora é esperar o meu casamento e poder dar uma vida confortável para a minha mãe até o fim de seus dias. Mas o que virá depois é uma incógnita.

Priscila de Athaides Ribeiro – 04/10/2007

sábado, 29 de setembro de 2007

Amor Perfeito

Quero mergulhar em você,

Amor perfeito,

Para roubar os seus pensamentos

Que sejam todos meus!

Assim eu permanecerei em sua pele

Como uma fragrância única

Essencial, viciante, preciosa...

Então seu sorriso permanecerá

Refletido no meu

Me enfeitando a face,

Antes apática,

Me tornando luminosa

Verdadeiramente feliz...

E nas minhas horas vazias

Me completarei com você

Até que as nossas peles se reencontrem

Nos tocando em êxtase

De prazer e ternura

Quando nos fazemos inteiros...

E quando as tempestades chegarem

Nadarei até você,

Meu porto seguro,

Para que me carregue em seus ombros

Até um mundo só nosso

Que criamos quando estamos juntos

Inabalável, estável...

E eu te buscarei incessante

Para mergulhar em você

Plenamente

Até que seremos eternos

Nesse amor perfeito!

Priscila de Athaides – 29/09/2007

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O Éden de Sofia


Lilith - Jhon Collier (1892)

Sofia arrasta os seus pés

Na marrom terra macia

Acanela-lhe a pele, o sol,

Enquanto caminha Sofia


Coroada de rosas vermelhas

Despetala-se Sofia

A sua pele o sol ilumina

Pálida pele, claro o dia


Ao seu redor circula a serpente

Dizendo o que não devia

Sobe-lhe as pernas, acaricia-lhe as coxas

Sussurrando palavras proibidas


E eis que encontra a chave

De todas as suas dúvidas perdidas

Na árvore que a coruja repousa

O segredo de toda a vida


E então, maior do que Adão,

Fez-se Sofia

Que, além do paraíso,

Cria o seu Éden de sabedoria


Priscila de Athaides – 28/09/2007

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Hécate

http://www.saberweb.com.br/mitologia_grega/outros_deuses/hecate.htm

Selene


http://www.katyberry.com/Goddesses/Greek.html

Estrada Perdida

Desperto fria nessa escuridão

O vazio me ampara com o seu abraço gélido

É tudo estranho ao meu redor

Tudo parece olhar para mim e não me reconhecer

Não encontro a minha estrada de tijolos amarelos

O meu lar não me conforta

Estou perdida em meu paraíso negro

Procurando saídas errôneas para o meu pesadelo vivo

E, assim como uma estátua em ruas que fervilham,

Me sinto só, com os meus pensamentos tolos

Desperto, apenas, sem nunca despertar

E viver a vida e sentir vive-la, não vivo

Eu caminho nessa estrada escura

Não enxergo a luz, não enxergo além

Apenas trevas que não dissipam

E eu caminho, enevoada

Inconstante, como a divina lua

Cheia de fases, cheia de faces, cheia de mim.

A lua aparece clara em minha noite contínua

E ainda assim não vejo a sua fria luz

Sinto o meu corpo congelar, assim como as idéias,

E o tempo, falso aliado,

Passa traçando em meu rosto caminhos amargos

Correndo em meu corpo

Cíclico, rápido

Como se me forçasse a acompanhá-lo

Despejando em mim memórias vazias

E me dando a certeza de que partirei

E nada de mim deixarei

Nada comigo levarei...

Priscila de Athaides – 21/09/2007

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Você

Você mergulha em meus olhos

E invade a minha mente

Como droga viciosa

Eu, fraca como sou,

Me deixo invadir pelo seu sorriso, impotente

Você passeia em minhas veias

Como se fosse o meu sangue

Bombardeando o meu coração

Respiro... Respiro... O respiro...

Eu respiro você

E já não sou mais eu

E você, tão inocente, se faz parte de mim

Eu me faço você...

Eu nada seria

Sem você fazendo parte da minha vida

Você é o veneno que escorrega em meu rosto

E me fere a alma

É o sorriso que me ilumina a face

E se cala em meu corpo

Eu, calada,

Não sei mais como guardá-lo em mim

Então gritarei aos quatro cantos:

- Eu te amo!

E sufocarei os meus gritos

Com as minhas próprias mãos

Morrendo em meu delírio

Que é você...

Priscila de Athaides – 14/04/2003

Fernando Pessoa

    Cai chuva do céu cinzento
    Que não tem razão de ser.
    Até o meu pensamento
    Tem chuva nele a escorrer.

    Tenho uma grande tristeza
    Acrescentada à que sinto.
    Quero dizer-ma mas pesa
    O quanto comigo minto.

    Porque verdadeiramente
    Não sei se estou triste ou não.
    E a chuva cai levemente
    Dentro do meu coração.

    Fernando Pessoa, 15-11-1930.

Melancolia

Os dias passam por mim

Como correntes d’água

Levando tudo de bom

E deixando nada...

Sinto que morro a cada dia

E cada dia sou menos eu

Me sinto invadida

Por um mar de nostalgia

Sinto falta do que nunca fui

E do que passou

Não estou presente em mim

Eu reergo barreiras

E me escondo na tristeza

E o amanhã é tão incerto

Morre em mim

Sei apenas que passarei

E chegarei ao fim...

Priscila de Athaides – 31/07/2003

Cobra

Sorria...
É fácil, não?
Julgue, minta, destrua...
O que eu sou para você? Nada...
Humana? Eu?
Humano não faz as coisas que faço, não?
Humano mente, se esconde
São máscaras, corpos sem alma
Sem alma...
E ter alma
Seguir o coração
Me leva a apenas um lugar
A sua língua imunda, podre, venenosa...
Me julgue:
- Ela é boa de cuspir!
Mas não se esqueça que você não é nada
Pior...
Você é podre por dentro, pedra por fora
Destruição...
É fácil julgar aos outros
E se esquecer de quem você realmente é:
Escultura da hipocrisia humana!
Olhe para você mesmo
E pare de me destruir com a sua língua
Isso está me matando
E o assassino é você!

Priscila de Athaides - 05/03/2003

Negro

São negros os olhos que eu tenho

Negros, assim como a minha alma

Lanço aqui nesse momento

A minha fúria, a minha raiva


Negra é a língua que me fala

Podre, assim como as palavras

Destruindo os meus mais profundos sonhos

Transformando tudo em nada


Negro é o céu que me cobre

O meu mundo fora dos meus sonhos

Cobre todos os meus anseios

Destrói todos os meus planos


Negro é o meu coração latente

Cheio de ódio e amargura

Onde se esconderam os meus desejos?

Quando se acabou a minha ternura?


Priscila de Athaides – 19/11/2002

Após

Caminhe sobre o vale da morte

E veja com os seus olhos imortais

Que o céu não é o limite

Que a morte é só o começo

E que a vida é mais do que um sopro

Caminhe sob céu que te rodeia

E veja que a terra é só o início

Que a vida tem um sentido

E veja isso com os seus olhos mortais

Não se abandone no seu último suspiro

A vida não acaba aí

Se transforma

Muda

Você tem a vida para viver

E a morte para se arrepender

Então viva... para morrer em paz

Priscila de Athaides – 12/06/2002

Vazio

Esse vazio que me toma

É tão silencioso e termo

Me toma em tempos

Que se perde a noção de eterno


Esse vazio que me tem

Chega manso, lentamente

Me tem a alma em liberdade

Me torna morta a mente


Mas vazio, porque me tomas?

Chegas em forma de sedução

O que trazes contigo?

Silêncio e solidão...


Vem devagar e me domina

Nesse olhar que perdeu

A luz e a vontade

De ser apenas eu


Silêncio, agora é tudo o que tenho

Um pouco de paz e solidão

Agora nada mais resta

Agora parou o coração...


Priscila de Athaides – 18/09/2001

Anjo

Dedico esse poema ao meu amigo Max, que sei que gosta desse poema e tb pq prometi para ele que esse poema seria dedicado a ele. Espero que vcs gostem, pois esse eh um poema relativamente antigo...


Anjo (Parte I)

Um anjo

Sem asas

Sem amor

Pecador

Sem pecados

Calado

Quem é?

É veneno

Que mata

Que azeda

Que amarga

É dor

É morte

Sem sorte

E eu

Sem pensar

O amo!

Anjo sem asas

Que me mata

Com todo

O seu veneno

Lamento amar

E calar...

Priscila de Athaides – 15/09/2001

Anjo (parte II)

Anjo, onde está o teu coração?
O meu está repleto de dor
Voa com asas de fogo
Anjo sem amor

Anjo, porque me atormentas
Tomando a minha mente?
Voas e não sabes tu, anjo
Que és igual a serpente

Anjo, teus olhos tem malícia
Mas tu não me olhas assim
Teus olhares tem grande perigo
Perigo que corre em mim

Anjo
, cadê a tua pureza?
Porque tu és assim?
Tens rosto de anjo
E pareces o mal para mim

Anjo, tu és um doce pecado
Tão amargo e tão proibido
Minha alma esta condenada
Por este anjo caído

Anjo, o céu ainda não sabe
Ninguém, ninguém percebeu
Tu és um anjo que queima
E que me corrompeu...

Priscila de Athaides – 19/09/01

Penas Brancas

As penas brancas permaneceram em minhas mãos

Enquanto as aves partiam

E eu as apertei junto à face

E me pareceram macias...

Caíam lentamente no chão

As penas das aves partidas

E eram levadas pelo vento

Tempestades vazias

Tempestades inteiras

E eu vi as aves morrerem

Caírem dos céus

Vi os vermes comendo-lhes a carne

Virarem pó

Serem varridas pelo tempo...

E eu, só

Vi o meu corpo desmontando

Por cima das penas brancas

Misturadas aos vermes

Mas tudo foi sendo levado

O pó, as penas, os vermes...

Pelas tempestades internas

Levadas embora com o tempo

Levadas embora por inteiro...

Priscila de Athaides – 17/09/2007

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Última Estória - Deborah Blando

quando eu fecho os olhos e me sinto enfeitiçada
é você em min
tão perfeita simetria, onde nasce a fantasia
num chão de alecrim
sou Alice fugitiva num País de Maravilhas
tomei do teu chá
doce veneno, forte apego
o ponteiro sempre busca o seu par

quando eu abro os olhos e me vejo nos teus braços,
você me levou
ao mais puro paraíso
como anjos que caíam do céu desse amor
somos nuvens passageiras
num universo de poeira
nadei no teu mar
livre o arbítrio, nosso infinito
você faz meu tempo parar

não é meia-noite
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou

quando acordada, misturada nos lençóis
da manhã, sem te ver
ainda sinto o teu cheiro que ficou na minha pele
a Paz de te ter
somos parte dessa noite em que a gente
se fez um, é demais viajar
longe do óbvio, fora do tempo
te acalento na solidão

não é meia-noite
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
e a razão do meu amor

eu vou iluminar o breu do teu céu
pra poder te ver
eu sou a canção do teu carrossel
a canoa do teu papel

não é o fim do mundo
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
e é pra sempre que você será
a razão dos meus sonhos,
sonhos pra despertar
te perder primeiro então te encontrar
e deixar a eternidade reinar

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Pra Você

Eu vivo pra você
Eu vivo por você
Muito antes de te conhecer...
Nossos caminhos já estavam traçados
Através das pessoas que conhecemos
Das decepções que tivemos
De todas as certezas e incertezas
Das coisas que nos fizeram amadurecer
Pra então chegarmos a este ponto
Em que realmente nos encontramos
E vermos o quanto valorizamos o que temos agora
Porque crescemos com o tempo
Passamos por tudo o que passamos
Pra entendermos o que é estar amando verdadeiramente...
O seu nome está escrito na palma das minhas mãos
Nas linhas da minha vida
E eu sabia que era você quando eu o vi
E vi que todo o sentido de estar aqui
Era pra este momento
Em que encontrei você
Que sou eu
Que somos nós
Que somos um...

Priscila de Athaides – 28/08/2007

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Into Your Light

I've heard your song
And I've seen the light
In your eyes and it
Took me so long to see
Straight through the night
And through you ah

You're the depths of my own mind
And you're the heights of my creation
Wait for me, wait for me

Alone but strong when you're in my sight
Your love hit me like a stroke
Take me with you
Take me with you

Take me to that place ah
Where I feel so safe aaah
Into your light I dive

I've taken this step
And we're intimate now and I am
I am joining your world
A formation of love and you shine
Through me

Into your light
Enter my mind

Mermaid medium of light
For the morning that comes
For the orchid that grows
Love me against all odds
You defeated the doubt
That was stuck inside me

Into your light I dive

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Gli Occhi Grigi


Nuove sensazioni e nuove riflessioni nella mente

Aurora

Aurora

Não sabes da tristeza que me trazes agora

Quando me despertas dos meus sonhos

E me lembras da amargura

Que se apossou da minha alma

Após o desvio daquele olhar

Ah! Maldita Aurora!

Não sabes que eu vivo em eterna escuridão?

Minhas lágrimas me contam histórias

Sobre aquele que se foi...

E agora a minha companheira és tu, aurora

E as tuas góticulas de orvalho

Que se espalham pela minha janela

Como nódoas do adeus...

Mas eu não posso enxergar a tua luz

Iluminando o meu negro quarto

Pois a tristeza me arrancou a visão

E me resta apenas um mundo gris

E tu, Aurora, que és solidão!

Priscila de Athaides – 12/04/2003

Solidão

Solidão...

Palavra que amarga o tempo

Que não passa

Palavra mal dita

Mal pronunciada

Que corre nas veias

Como lágrima

E explode a mente

Em tudo!

Em nada...


Solidão...

Palavra que impotencía

Que acaricía a face

Com unhas

Marcando...

Ferida que é carência

Paciência...

Palavra que é maldita

Que é ferida...


Priscila de Athaides - 21/03/2003

Eu sou

Eu sou...
Não esperes que eu seja
Porque não..
Não me olhes
Não me grites
Não me toques
Eu sou
O que quer que eu seja...
Mas tu?
Nada...
O que pensas
O que olhas
O que gritas
O que tocas
Não sou...
Eu sou
Sem pânico
Sem horror
Mas o que eu sou
Não é
O que sou
Para ti...
Nada sou
Eu sou
O que soul

Priscila de Athaídes - 11/02/2003

Esses Olhos

Escuros olhos que me fitam
Prometendo paz e amor
Silêncio a todas as vozes que me gritam
Fim desta terrível dor

Terríveis os olhos que me olham
Porque seduzem a minha alma
E todas essas vozes imploram
E clamam por essa calma

Profundos olhos que me calam
Que prometem, me prometem, me seduzem...
E todas essas vozes não me falam
Para onde essses olhos me conduzem

Fim ou começo da escuridão
Tão negros, tão... escuros, tão vazios!
E essas vozes que atormentam o meu coração:
Malditos, loucos e sozinhos...

E é esta a minha escolha agora
Quando eu olho nesses olhos que me tentam...
Será que fico ou vou embora
Deixando para trás essas vozes que me atormentam?

Priscila de Athaides – 03/10/2002

Me Perdi

Eu me perdi

Dentro dos seus grandes olhos azuis

No primeiro momento em que eu te encarei

E senti que em você existia muito mais

Muito além do que eu poderia sonhar pra mim

E eu me deixei levar pela sua voz que ressoava

E pelos seus olhos que me procuravam

E então eu me perdi

Enquanto seguia a sua voz

Que soava docemente em meus ouvidos

E eu te procurei incessantemente

Porque eu senti você longe das minhas mãos

E eu quis te segurar firmemente

Falar de coisas que só você parece entender realmente

E então eu te encontrei

E me encontrei em você

Você que está tão longe daqui agora

E que está tão presente em meus pensamentos

Que me fala que também quer estar aqui

E me diz

Que não quer me deixar partir...

E eu não quero ir embora

Porque eu me perdi em você

E talvez não me encontre nunca mais

Se você se for...

Priscila de Athaides – 22/08/2007

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Eternal Return - Therion

Kronos is drumming
And time is running.
Enter the Aeon
And bring back the past

Wheel of fortuna
dancing with Shiva
Spin to the newborn
who live to the last.

The world is changing
And fall apart
End of the kingdom
And of the heart

The queen of the beauty (male choir: veil of time)
Now cold and pale
The sun is setting
The night prevail.

But fear not darkness
It's hidden light
And you will find it
shining with bright.

The time is running (male choir: veil of time)
The flame will burn
When today vanish
But all return.

Time will come to an end but bring back the start
again
Queen of time will rise again
And bring forth the fortune.
Wheel of time will whire around
And bring back the past.

A senhora da noite

Ela me encara

Com os seus grandes olhos coruja

Em seu longo vestido branco

Nessa escuridão que nos cerca...

Ela ilumina o meu caminho

E o seu canto me persegue

De norte a sul

Me enfeitiça com palavras divinas

Enquanto eu a sigo

Para um outro lugar do infinito...

Então ela levanta o véu dos meus olhos

E me mostra verdades escondidas

Entre o céu e a terra

Com a sua sublime voz

E sussurra o seu nome:

- Christabel, Carmilla, Lorelei, Sophia...

E quem sou eu em meio à névoa

Que cobre os caminhos

De um mundo que não queremos ver?

Já não sei mais...

Não há nada mais do que aquele encantador sorriso

Que destranca segredos

Me enfeitiçando com profecias perdidas no tempo

Me sufocando...

E ela me leva para um outro lugar

Além da terra

Além do mar

Onde o sol é negro

E seus raios penetram a mente

Frutas do conhecimento

E o meu mundo limitado

Já não me importa mais

Porque há apenas ela

Com as suas palavras que me afogam

Neste profundo mar negro

De loucura e conhecimento...

Priscila de Athaides – 16/08/2007

*Poema refeito do original “A garota” de 02/03/2005

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A névoa

Em meu quarto, silêncio tumular, a luz negra invade a janela. A lua sem lua, as estrelas sem estrelas, madrugada certeira. Meus olhos estão fechados, mas não encerrados. O que espero? O que quero? A minha propícia janela, virada pra lua sem lua, aberta. Porque abri? Noite fria...Silêncio inquebravel. Inspiro... Expiro... Brandamente... Quase inaudível... Medrosamente...Frio? Medo? Não... Expectativa. Mas pelo que?
A cidade dorme em meio a névoa branca. Pra onde foram as luzes dos postes? Das casas que nunca dormem? Acabou a energia. Noite fria, sem lua, sem estrelas, sem luz. A névoa branca se espalha por toda a cidade, invade meu quarto, invade a cama, invade as cobertas, me invade. Aperto com força os olhos, não quero ver...é tão negra essa névoa branca. O que sinto? Frio... Eu estou congelando, o respirar fino... E a janela aberta.
O coração quase para, a névoa branca dentro de mim. O que é? A madrugada vazia, negra e a névoa vêm entrando branca, estranha.
Um sussurro... Um murmúrio...O corpo que não quer se mexer, os olhos que não querem abrir. Essa estranha névoa corre suas mãos em mim. Por minhas pernas, em minhas coxas, em meu sexo... Como é fria... Em minha barriga, por meus seios, em meu pescoço. O silêncio é quebrado por um grito. Dor... Tesão... Minhas mãos apertam com força a colcha. A camisola branca, os lençóis brancos... Agora vermelhos, manchados por negro sangue.
A névoa se vai, caminhando pelo frio chão do meu quarto, a névoa beija os meus brancos lábios e vai... A janela se fecha e eu abro meus mórbidos olhos... Lá está ela, me olhando da janela com a sua pálida face contra a face negra da madrugada e ela me sorri como criança e se vai arranhando as unhas na janela como as asas negras de um morcego.
E a manhã nunca mais virá... A camisola manchada, os lençóis manchados, a menina... Efêmera alma. E o que sobrou? A menina que dorme eTerna em sua cama branca, em sua cama sangue, em seu quarto maculado.

Priscila de Athaides – 20/02/03

Reflexões

Devoro palavras e pensamentos

Alimento-me com o que me cerca

Com o que é despejado em meus olhos,

Em meus ouvidos,

Em minhas palavras,

Em minhas mãos,

Em minha alma,

Em tudo o que transpira de mim...

Sou isolada com idéias feitas

E delicio-me em desfazê-las

Olho ao redor e vejo muitos eus

Todos tão diferentes de mim

A mesma nação, a mesma escrita

A mesma cultura, as mesmas mentiras

A mesma ‘langue’, a mesma pátria

Outra ‘parole’, outras falas

Todos os mesmos

Diferentes entre si...

É tudo turvo ao meu redor

Mas eu procuro ver além

Me perco em pensamentos

Me encontro em outros rostos

Me encontro em mais ninguém

Eu sou criadora da minha fala

Despejo-me em outros olhos

Em muitas palavras

Toco muitas mãos

Perco-me em muitas almas

Transpiro tudo o que se passa em mim

Mas quem consegue ver?

Eu estou, não sou e tudo passa

Nessa roda da fortuna que não pára

Cada cabeça é um mundo

O mundo faz cada cabeça

Desconstruindo

Refazendo

Perdendo-se

Permanecendo...

Priscila de Athaides – 15/08/2007

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Momento Outono

Bom, hj eu tive a minha primeira aula de 'Criação literária: O poema', e uma das tarefas que tivemos foi criar, a partir de determinadas palavras, um poema. Foi uma experiência interessante, o legal eh que, provavelmente, esse semestre aprimorarei a minha escrita poetica para deliciar-los!!! Espero que essa matéria seja muito útil, afinal de contas o maior motivo que me fez querer cursar letras era exatamente esse. Ah, segue abaixo as palavras:

- Migalha
- Folha
- Momento
- Teto
- Mão
- Influência
- Bola quadrada (???)
- Picos
- Amor
- Chuva
- Tempestade
- Verão

E aqui está o poema:

Entre os meus momentos de picos

Em que as minhas tristezas e alegrias tocam o teto

Sinto-me meeira em minhas buscas

Como se uma mão divina e sombria

Me carregasse entre as minhas dúvidas e certezas

Nessa minha mente, bola quadrada e confusa

Como se tudo estivesse encaixado, redondo

Quando tudo ainda está se transformando, crescendo...

Eu sinto as folhas da vida caírem em minha alma

Dessa árvore interna que carrega o meu mundo

Transformando os meus sonhos em uma sombria tempestade

E enquanto chove aqui dentro

Nesse momento outono

Que não é verão nem inverno

A minha vida parece transformar-se em migalhas

E enquanto eu não redescobrir todo o amor perdido em mim

Eu serei sempre outono

Entre esses meus momentos de picos.

Priscila de Athaides – 10/08/2007

domingo, 5 de agosto de 2007

LadyMoon

Fonte: http://anagarrett-artpainting.blogspot.com/2006/10/lady-moon.html

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Scrivimi

Scrivimi
Quando il vento avra' spogliato gli alberi
Gli altri sono andati al cinema
Ma tu vuoi restare solo
Poca voglia di parlare allora
Scrivimi
Servira' a sentirti meno fragile
Quando nella gente troverai
Solamente indifferenza
Tu non ti dimenticare mai di me

E se non avrai da dire
Niente di particolare
Non ti devi preoccupare
Io sapro' capire
A me basta di sapere
Che mi pensi anche un minuto
Perché io so accontentarmi
Anche di un semplice saluto
Ci vuole poco
Per sentirsi piu' vicini
Scrivimi
Quando il cielo sembrera' piu' limpido
Le giornate ormai si allungano
Ma tu non aspettar la sera
Se hai voglia di cantare
Scrivimi
Anche quando penserai
Che ti sei innamorato

Tu non ti dimenticare mai di me

E se non sai come dire
Se non trovi le parole
Non ti devi preoccupare
Io sapro' capire
A me basta di sapere
Che mi pensi anche un minuto
Perché io so accontentarmi
Anche di un semplice saluto
Ci vuole poco
Per sentirsi piu' vicini
Scrivimi

Anche quando penserai
Che ti sei innamorato
Tu scrivimi

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Geração Perdida

Eu te vejo abraçar idéias obscuras

Seguir caminhos tortuosos

Eu te vejo abrir mão dos teus sonhos

Viver cada dia sem ver além...

Somos uma geração perdida

Desiludidos de qualquer coisa que o futuro parece oferecer

Estamos mergulhados em nosso próprio mundo

Buscando saídas ácidas

Sonhos efêmeros

Estamos andando para lugar nenhum...

Eu te vejo respirar profundamente

E cada vez que respiramos sentimos

Que tudo está se acabando

Cada dia as paredes do nosso mundo range

E aos poucos são derrubadas

E nos encolhemos em qualquer lugar escuro

Procurando tampar os nossos olhos para o que quer nos alcançar

E então somos apresentados ao mundo real

Que exige de nós o que não temos

O que não somos...

Eu te vejo desabar

E eu desabo na minha impotência

Eu quero te pegar pelas mãos e te guiar

Mas o meu próprio mundo está perdido

Tão perdido quanto o seu

E eu apenas observo calada

As coisas perderem controle

Porque somos uma geração perdida

Incapazes de ver além da madrugada

Que vai embora

E já não vemos mais nada...

Priscila de Athaides – 04/0707

Falsos Diamantes

Hoje é mais um daqueles dias

Em que somos novamente zumbis

Procurando simular aos tolos

Tão repletos de sarcasmo e mentiras

Adíamos por mais um dia quem somos

E descobrimos que pouco somos ao final do dia.

Se a tristeza tivesse endereço

Seria os nossos sorrisos

Que escondem apenas mentiras

Carregados como verdades

E que às vezes nos choca com a realidade

Apática e humilhante do dia-a-dia...

Se os tolos olhassem através de nossos olhos

Veriam que eles brilham como falsos diamantes

Tão belos e sem valor

Porque tudo o que alcançamos se desmancha

Ao cair de mais um dia

E ainda assim sorrimos ao pouco que nos resta:

Esse cinzento amanhecer

Seguido de mais um velho dia

Como se fossemos tocados

Pelos ventos da melancolia...

Priscila de Athaides – 01/09/04

quinta-feira, 21 de junho de 2007

After Forever - Beautiful Emptiness

(Child, choir) You're the worst of all
with all your accusationsand compunction
I can't suffer this duress from someone
so depraved and selfish.
You embody all that i've been through
Without you I am sure I will be loved

(child, verse) My existence iconforms to your distress

Your ambition the cause of mine
A disruption. I'm nothing, even less.
Misfortunes never come singly, and I was there to
stay.

(Child, Chorus) You don't allow me a single place,
nor any love into your lives.
An unperceived, annoying presence you'd rather ignore

But in my life you know you'll leave a beautifull
emptiness.

(child, verse) Where you used to be
Imporent screams
will turn into the love of silence
My liberation, then silence
will be perfect and pure.
It's all in my dreams;
I'll remove you
and all our mutual disgust.

(child, grunts) In my dreams,
I solve the problem by removing it
My wish is to see you grovel
like you once forced me to!

There's no other way, here's my course of life
A path without the sickening trace of you
I need the beauty of a cleared, pure world
This eternal interruption of your rash life can save
me!

(child, chorus) You don't allow me a single place,
nor any love into your lives.
An unperceived, annoying presence you'd rather ignore

But in my life you know you'll leave a beautifull
emptiness.

(child) It's sad to feel you don't believe in love
It's sad that you're so cold.
and I'll be the same if you keep on poisoning my life

Drowning in self sacrificing visions
When you're gone, than we will all be released.

It's sad; my life has been like hell so far
It's sad that you're the cause
And I'll be cured in this beautifull, empty world
Floating, floating away with your perilous visions and

hate
When you're gone, silence will fill up the emptiness
When you're gone, we all will be released

(child, grunts) In my dreams I shall rinse my body and

soul
My wish the accomplishment lies here before me in my
hands

I will be released from your accusing eyes
and torrents of verbal abuse
You'll know the causes are your own mistakes
while life flows out of you
and exempts me forever

terça-feira, 19 de junho de 2007

Nada mais...

Nada mais sou do que ondas do mar
Que beijam os teus pés
Como as lágrimas que beijam os meus lábios
E as palavras que sufocam a minha garganta.
Nada mais serei do que o doce das tuas lembranças
Incandescendo o teu corpo
Nos momentos de solidão
Serei o corpo sem alma
E ainda assim
Serás a alma da minha existência
Como a manhã que me acorda
Em silêncio...
Já não sei como será o meu amanhã
Mas sei que hoje tudo terminará perfeito
E depois tudo parecerá errado
Porque amar é um erro
Quando solitário
E ainda que te vejas em meus olhos
Perceberás que eu te perdi por um momento
Quando o mundo era tempestade
E os dias, trovão
Eu fraquejei nos momentos vãos
Me deixei gelar com os teus olhos
Mas amor queima quando não quer ser apagado
E quando tudo era distância
Eu me encontrei por segundos brilhando em teu olhar
E redescobri esperança...
Nada mais sou do que espera
E tu serás o desejado
Até que o meu corpo seja reduzido a pedra
E meus sonhos a nada mais...

Priscila de Athaides – 15/07/03

Dentro de mim

Qual é o problema comigo?
Parece que estou tão longe daqui...
Nada o arranca de dentro de mim
Onde eu estou que nada posso fazer?
Eu fecho os olhos e há apenas você
E nada mais se encontra no meu interior
Tão perfeitamente encaixado
Respirando e vivendo
E me marcando por dentro...
Eu quero me encontrar em seus olhos
Tão perdida quanto você está nos meus
E quem sou eu além de você?
Meu anjo e meu demônio
Minha verdade e minha mentira
Meu ar que me enche o peito
Com longos e árduos suspiros
E sem você eu não respiro
Me sinto tão perdida
E tudo isso parece loucura
Tomando conta do meu ser
Dia após dia!
Eu não quero mais perdê-lo
Porque é como se eu perdesse
Um pedaço que me completa
E que sem ele eu já não sei viver
Dói...

Priscila de Athaides – 28/10/03

Como o vento

Sem nenhum motivo
Eu o abraçarei
E sentirei o pesar das horas nos seus ombros
Você, tão concentrado no mundo lá fora
Não enxergará o que foi construído aqui dentro
Então eu passarei como o vento
Tão vazio e invisível
Diante dos seus olhos
E você verá como as horas curam as feridas
Mas não cura a dor...
Sem querer eu marcarei a minha presença no seu coração
E você sentirá ele pesado
Porque sente que há algo errado
E não sabe o que...
Quando foi que eu decidi passar?
Quando você decidirá me alcançar?
Acho que há algo de errado com o tempo
Quando foi decidido que esquecer é mais fácil
E que é errado esperar...
Sei que eu caminharei para o esquecimento
Todas essas vezes que eu o abraçar
Não quero mais tentar te dizer
O que já foi espalhado
O que há de errado com a minha dor
Quero apenas fechar os olhos
E sentir que tudo já passou...

Priscila de Athaides – 02/10/04

O poeta e o papel

Um dos meus melhores amigos me relembrou da existência desse texto... tava lah coitado, perdido entre as poeiras e as teias de aranha... Mas estou colocando aqui para ser relembrado...
P.S. Shino, mto obrigada por existir em minha vida e extrair de mim o q há de melhor, naum desapareça... Te amo meu amigo!!!
E obrigada a todos os meus amigos... sinto falta de todos...
E ah Ju... se vc aparecer por aqui... poxa, soh te vejo em sonhos agora... Vê se aparece! Te amo mto mto msm, vc faz parte da minha vida desde q me entendo por gente, naum suma mais pleaseeeeee!!!


O maior medo de um poeta é olhar para uma página em branco e ela não lhe dizer nada, porque um poeta conversa com as páginas, num quase monólogo onde as páginas falam e o poeta escuta e assimila em sua mente aquelas palavras que fervem, e então ele descobre que não há prazer igual a esse...
Ah... Mas Quando as palavras se recusam a despirem-se, o poeta enlouquece, quer inventar, quer se inspirar, quer encontrar uma musa, um momento, qualquer coisa que lhe dê respostas, mas o único que ditará para ele o que fazer são aquelas páginas que se recusam a responder, e isso o tortura, parece que mata-o por dentro! Mas basta um segundo e tudo parece perfeito... Flui como a nascente de um rio, e se transforma num verdadeiro mar de êxtase e orgulho... Apenas um segundo para o poeta transformar todos os seus momentos, sejam eles bons ou maus, em belíssimas palavras, e espalhar naquelas tristes páginas brancas segredos revelados, segredos que as vezes só ele entende, segredos que os outros reinventam, mas segredos que ali se encontram para qualquer um ler. O poeta escreve para ele, para todos, para os outros e tantos se encontram ali, tantos se vêem desprezados e isso não importa, porque naquele papel, antes tão branco, agora se encontra a sua obra, unicamente especial, e esse é o maior prazer do poeta, saber que como aquele existirão vários, mas nunca o mesmo. E para o poeta não importa se a obra é ruim, se é maravilhosa, para ele aquelas palavras são deles, saídas de uma folha branca de papel. Quem nunca escreveu uma única linha de um poema, jamais saberá do prazer de se ver completando aquela página vazia, das formas, das rimas ou não-rimas, dos temas, das flores, dos arco-íris, dos passarinhos azuis, verdes, cor-de-rosa, das cachoeiras, do amor que rima com dor, do sangue, do tormento, da solidão, da saudade, do medo, de tudo aquilo que alguém é feito, jogados numa folha de papel. E esse é o maior medo de um poeta, perder esse prazer de se ver numa folha de papel, porque ao enxergar todo aquele branco, ele tem medo de se perder também.

Priscila de Athaides – 09/04/04

A arte de estragar tudo

Distante de qualquer coisa que me sirva como suporte
Agora sei o que é estar perdida
Quando a noite é fria demais, solitária demais
E tudo está longe de ser alcançado
De repente tudo passa como um fleche, e tudo passa como erro...
A custo de que?
De estar aqui, perdida...
E de saber que nunca estive aqui,
Porque fui incapaz de entender até mesmo os meus desejos
Fui capaz de me abandonar e me deixar abandonar.
Diante de qualquer coisa que me serviu como suporte
Eu soube ser cruel, pequena, leviana...
Não aprendi a valorizar
Nem as pequenas e nem as coisas grandes
E ceguei os meus olhos até mesmo para mim
E eu me pergunto se vale a pena abrir os olhos novamente
Quando mais uma vez eu quero sumir...

[Priscila de Athaides – 10/09/2006]

Espelho

O espelho em que me olho
Quem eu olho não sou eu
Sou eu a partir de meus olhos
Mas do outro lado não sou eu

O espelho que me olha
Quem ele olha não sou eu
Sou eu a partir de meus olhos
Mas nos olhos dele não sou eu

Quem és por trás do espelho
Que não és como vejo eu?
Reflete em ti a minha imagem
Mas a imagem não sou eu

Porque me vejo em ti
Se nunca serás eu?
O espelho em que me olho
Em mim não vê o que sou eu

Priscila de Athaides

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Sonho Azul

Você é o meu sonho azul

Que me sussurra momentos que não são meus

E me cerca com sentimentos maiores do que eu

Eu até poderia desistir de sonhar

Como os meus sentimentos voláteis

Que me abandonaram há tempos atrás

Mas eu me deixo levar com o tempo

E ele me leva pra perto de você

...Meu lindo sonho azul...

Tudo parece estar no lugar

Mas não está

Eu estou mudando por dentro

Crescendo

E está tudo mais claro agora

Que o meu mundo colidiu com o seu...

Deságüe em mim

Como um sonho liquido

De um azul vivo

Afogando as minhas horas em você

Me mate de tanto te ter

Sonho azul...

Momentos que não são meus

Mas estão aqui

Viajando em mim...

Priscila de Athaides – 18/06/07

Ship Of Luna - Therion


No começo do ano, uma das luas mais belas e estranhas
q jah tive o prazer de ver estava no céu,
assustadoramente linda... uma das visões q nunca
mais terei na minha vida...
E essa era a trilha sonora naquela noite:

Over the nightsky
Sail Ship of Luna!
Taking the spirits
Into the new day

Dance Moonbeam, be my guide
Trough the calm of the night

Lady Moon so cold so bright
Sail with your ship
Maid Luna, steer to the dream

Waters of the mind
Flow across the time
(And) there sail the moon
Hera and Hecate
luna and Aradia

Sail, fantasy
In the dark and the calm!
Steer ship of moon
To the land of my dreams





Fragmentada

Eu estou fragmentada
Em pequenos pedaços
Como um espelho quebrado
Meus pés já não suportam
A dor de carregar o meu mundo
E eu sangro
Com as minhas próprias palavras
Quem estará aqui
Quando eu parar de respirar?
Eu estou me dissipando
Em meio a névoa
Que me leva
Minha alma está tão longe
E tão perdida
Que já não a sinto mais em mim
Onde eu estou dentro de meus olhos?
Onde eu me perdi em meu interior?
Quem segurará as minhas mãos
Quando eu não tiver forças?
Eu estou caindo
E me partindo
Como os sonhos que eu abandonei
E eu me abandonei
Eu não estarei aqui
Quando eu precisar de mim...

Priscila de Athaides – 29/09/03

Quero

Eu quero estar presente
Em tudo aquilo que eu sou
Viver intensamente os meus momentos
Sorrir no auge da felicidade
Chorar no mais profundo da dor
Quero me apaixonar pela pessoa
Do outro lado do espelho
E saber, finalmente,
Como é ser amada de volta
No mais real do amor
Quero cantar até aonde a minha voz agüenta
E fazer com que todos me escutem
Quero saber quem eu sou
E mostrar como estou
Para o mundo inteiro
Quero abrir a minha alma
E saber o que há lá dentro
Quero encontrar poesia
Nas lágrimas dos meus olhos
E curar as feridas
Que ainda sangram em meu peito
Eu quero estar
Não quero ser
Porque eu sou momento
Não mostro metade do que eu tenho...

Priscila de Athaides – 03/04/03

Doces Mentiras

Mentiras
Escorrem de seus lábios tão docemente
E invadem os meus olhos como quimera
Tantas palavras, tantas promessas
Que eu derramo de meus olhos agora
E me prometo nunca mais...
Outra mentira!
Nos meus olhos eu guardo as lembranças
Das palavras que me foram ditas
E que não querem ir embora
Porque eu estou enfeitiçada
Com suas doces mentiras
Tantos sonhos, tanta espera
Que se resumem a nada
Mas que me tomam a mente
Com esperados amanhãs
Que nunca virão.
Suas palavras ainda ecoam
No fundo da minha alma
E nada me faz mais triste agora
Do que saber que sonhar é tudo o que me resta
E que você é apenas
A minha doce mentira!

Priscila de Athaides – 03/11/03

Trapaceiro

Me engane com os seus olhos iludidos
Loucos, tão perdidos em si
O mundo ao seu redor nunca é o bastante
E as estrelas nunca serão o suficiente
Quem é você desse lado do espelho?
E quem sobrará se eu quebrá-lo?
Suas palavras estão tão perdidas
Que o seu silêncio fala por elas
Quem é você em você mesmo
Esmagado em suas próprias mentiras?
O que você vê quando se vê
Além daquele refletido no espelho?
Fragmentos do que você é
Fragmentos do que foi inventado
Você é as suas mentiras
Trapaceando você mesmo.

Priscila de Athaides – 14/10/03

Quem é você?

Poema antigo mas taum atual... Colocando ele aqui pq a Maa gostou dele e eu gosto da Maa, fazer o q?

Quem é você?
Alguém que chegou do nada
Me arrancando o fôlego
E deixando lágrimas...
Eu já o marquei em meu corpo
O mergulhei em meu sangue
O derramei em meu rosto
Você me tem perdida nas horas
Entorpece os meus sonhos
Mergulhando o meu mundo em sombras
Em dúvidas que me arrancam as palavras
Os seus olhos me prendem em labirintos
Me enganando com trapaças rotineiras
Eu me perco na loucura que é estar querendo-o
E me encontro em prantos
Confusa com o pouco que eu te arranco
Me iludo com os seus sorrisos
Tão lindos!
E me vejo assim, tão tola
Buscando quebrar o silêncio
Correndo atrás de pistas
Encontrando sofrimento.
Quem é você que me ignora
Como se eu não fizesse efeito?
Você é o meu suave veneno
Me matando de gota em gota
E me mantendo como um segredo
Quem é você que não quer que eu vá embora
E não quer que eu fique também?
Eu não pretendo partir agora
Enquanto procuro respostas
Me responda: Quem é você?

Priscila de Athaides – 12/05/03

The Gathering - In Power We Entrust The Love Advocated (cover)


Adoro essa musica, cover do 'Dead Can Dance' cantada pela Anneke do 'The Gathering'... Mto linda a letra, mto melancolica a musica:








Sail on silver wings
through this storm
what fortune love may bring
back to my arms again
the love of a former golden age.

I am disabled by fears concerning which course to
take.
For, now that wheels are turning,
I find my faith deserting me...

This night is filledwith cries of
dispossessed children in search of Paradise.
A sign of unresolve that,
envisioned, drives the pinwheel on-and-on.

I am disabled by fears concerning which course to
take.
When memory bears witness to
the innocence, consumed in dying rage!
The way lies through our love;
there can be no other means to the end,
or keys to my heart...

You will never find,
You will never find!