terça-feira, 18 de setembro de 2007

Penas Brancas

As penas brancas permaneceram em minhas mãos

Enquanto as aves partiam

E eu as apertei junto à face

E me pareceram macias...

Caíam lentamente no chão

As penas das aves partidas

E eram levadas pelo vento

Tempestades vazias

Tempestades inteiras

E eu vi as aves morrerem

Caírem dos céus

Vi os vermes comendo-lhes a carne

Virarem pó

Serem varridas pelo tempo...

E eu, só

Vi o meu corpo desmontando

Por cima das penas brancas

Misturadas aos vermes

Mas tudo foi sendo levado

O pó, as penas, os vermes...

Pelas tempestades internas

Levadas embora com o tempo

Levadas embora por inteiro...

Priscila de Athaides – 17/09/2007

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