terça-feira, 18 de setembro de 2007

Negro

São negros os olhos que eu tenho

Negros, assim como a minha alma

Lanço aqui nesse momento

A minha fúria, a minha raiva


Negra é a língua que me fala

Podre, assim como as palavras

Destruindo os meus mais profundos sonhos

Transformando tudo em nada


Negro é o céu que me cobre

O meu mundo fora dos meus sonhos

Cobre todos os meus anseios

Destrói todos os meus planos


Negro é o meu coração latente

Cheio de ódio e amargura

Onde se esconderam os meus desejos?

Quando se acabou a minha ternura?


Priscila de Athaides – 19/11/2002

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