sábado, 22 de novembro de 2014

Mania



A sua história as vezes é citada em algumas linhas
No turbilhão de vida que já me transpassou.
Passageiro e confuso
Que quem vê de fora parece que não existiu
Ou não me marcou.
Você se foi e eu tive de me readaptar
Depois de tudo o que idealizei para nós.
E a vida parece dividida por um abismo
Se aprofundando no dia que você me apagou.
Eu não te tenho mais, só uma página vazia
Como se você nunca tivesse existido
Ou foi criação da minha memória.
E o mais estranho em não te ter é não aceitar isso
Mesmo que racionalmente eu nem te queira
E jamais te aceitaria de volta.
Eu sempre me pego pensando em você. Sempre.
Pensando em tudo o que vivemos ou o que poderíamos ser.
E eu te culpo,
Só há você de errado nessa história
Pois de todas as vezes que eu lutei,
Você me disse o que eu queria
E me fez crer que o seu ‘não’ era passageiro,
Me fez acreditar que ainda haviam outras histórias
Até me mostrar que tudo não passava de um adeus.
Ainda assim te imagino aqui de volta
Remoendo em minha mente todos os nãos que falaria.
Eu sei, você já era
Eu sei e continuo a minha vida
Sem lágrimas, sem sofrimento, sem nada...
Apenas relembrando e revivendo
Como uma mania.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Moço


Eu queria te dizer, moço, que eu estou muito bem, apesar de você.
Eu já não me choco mais, mas ainda me surpreende tamanha estupidez.
Agora eu realmente entendo que você não me merece.
As portas do meu lar estão cerradas e não pretendo mais deixar brechas.
Não existem mais caminhos de volta
E espero que o tempo apague todas as pegadas deixadas pela fração de tempo que te deixei entrar.
Eu superarei a sua ausência, afinal não preciso disso,
Outras pessoas passarão pela minha história
E eu te prometo que pensarei em você rindo de mim mesma.
Não me procure mais, não me importo com a sua dor,
Pra mim tudo o que você escreve não passa de mentiras e desculpas.
Já não me interessa saber de você e tudo o que me foi dito eu chamo de karma.
De mim nada mais terá e sei que pra você isso não interessa.
Agora só me resta virar essa página,
Um capítulo curto perdido no meio da minha história.
Você não deixará saudades...

Priscila de Athaides – 13/10/2014

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Poema sem nome



Serpenteiam rosas em meu jazz
As lembranças me entojam sem viés
A monotonia me alcança sem cor
E mergulho em tristeza pra rimar com dor

Se eu fosse passarinho me arriscaria a cantar
Só que o tempo me alcança e não posso esperar
Talvez os oceanos me dariam um rumo
Mas ao prender as lágrimas em silêncio eu sumo

São gigantes os sonhos que me cercam
E como os moais eles nunca despertam
Distante de todos me perco em mim
Buscando respostas de onde eu vim

Saudade é apenas uma palavra perdida
Um link desconexo que me transporta vida
Os sentimentos são palavras tecnológicas
Me ensinando que não existem mais lógicas

Priscila de Athaides - 13/07/2012

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A contradição



Eu sou a sua contradição
Aquela que você jurou amar, mas despreza
Sou o lado feio da beleza
A loucura que te afasta
Os sonhos que não sobreviveram ao concreto
A água que não te satisfaz
Eu sou a mentira em suas verdades
A vontade de crer que te deixa cético
O intenso que se faz fugaz
As horas que passaram e já não são.
Mas o seu futuro foi marcado por mim
Pois ninguém mais será como eu
E todos serão pequenos
Parecerão incompletos
Você buscará em todos
E esses te darão pouco
Dúvidas será a sua sina
E você será tolo demais pra perceber
Que o tempo é a cura mais cruel.

Priscila de Athaides – 10/07/2014

domingo, 6 de julho de 2014

Tempo estranho



Está tudo tão estranho agora
Todas as certezas terminadas
Os sonhos destruídos
O futuro instável.
As memórias se distanciam
Frias e fragmentadas
O tempo escorre desconfigurado
E chega-se ao fim de uma era.
O futuro é como um borrão
Sem cores e tempo
Todos os dias são o mesmo
Instáveis.
Está tudo tão estranho agora
Como capítulos em um livro
Que não parece ter fim
E não há linearidade.

Priscila de Athaides – 06/07/2014

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Impulsos



Viver de impulsos pode trazer caos
As pessoas ao seu redor são alvos da sua tolice
E as palavras começam a escorrer de sua língua solta
Sem que haja pudor ou freios.
Tudo ao seu redor se torna turvo
Não se vê à frente, não se vê consequências
Os seus gestos são ferozes
Os seus lábios uma cachoeira.

Priscila de Athaides - 02/07/2014