segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Fio do tempo

 

Minha mente está se voltando contra mim

Sinto perder o fio da meada 

Entre meus sonhos pecaminosos demais 

Para encontrarem a luz do dia

Monstruosos rastejando em minhas veias

Mantendo-me lentamente presa

Em pensamentos que temo vocalizar


Meu tempo se apaga entre repetições

Que me destrói imperceptível

A solidão rodeia os meus dias

Com vestígios do passado

E sintomas do presente

O tempo me afoga em seus fios

Estrangulando-me com sua passagem


Temo ser ainda a mesma de sempre

Acuada em face a gélida realidade

E ainda assim irreconhecível

Perdida em saudosa nostalgia

Enquanto a vida segue em largos passos

Me aproximando a esse precipício

Enquanto busco evitar a queda

Que se aproxima


Priscila de Athaides - 19/09/2021

Paranoia

 Minha mente vive em estado paralelo

Lendo em seus silêncios desprezo por meu ser

Seus olhos sussurram palavras odiosas

E me sinto indigna de estar em sua presença

As paredes se apertam em meu peito

E já é difícil respirar entre os meus lábios selados

Eu quero fechar esse mundo e ir embora

Cansada de todos que me colocam deste lado

Sinto que as pontes se rompem em terremotos

Enquanto o ácido inunda a minha garganta

Espero que as horas já não pesem em minha cabeça

E que meus olhos se selem na noite vindoura

Como faço para sair da sua presença?

Apenas me cubro dos véus que me rodeiam

Enquanto penso nos caminhos que se apresentam.

 

Priscila de Athaides - 09/09/2021