segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Os seus dedos

Dedos, tirem-me daqui!
Hoje eu quero esse vermelho
Que mancha os seus dentes,
Quero essa escrita exposta,
Os seus dedos pequenos.
Dedos, tirem-me daqui,
Porque aqui é só vontade,
E o concreto dessa poesia
È o incerto, é um talvez,
Um desejo que silencia,
Um desejo que desperta outro eu.
Dedos que eu sonho
Passeando nessa tecla,
Um minuto é eterno,
Um sim é toda vida em segundos,
Palavras, todas as respostas e perguntas.
Os rostos em meus olhos
Tornam-me enraivecida,
Eu quero esse vermelho só para mim,
E então eu espero,
Porque a pele treme,
O peito dói,
E as palavras enlouquecem
Assistindo o dia que se esvai,
Os olhos machucam a garganta,
Talvez mais tarde, talvez amanhã...
Hoje eu quero ouvir os seus dedos!

Priscila de Athaides - 10/11/2008