sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Estrada Perdida

Desperto fria nessa escuridão

O vazio me ampara com o seu abraço gélido

É tudo estranho ao meu redor

Tudo parece olhar para mim e não me reconhecer

Não encontro a minha estrada de tijolos amarelos

O meu lar não me conforta

Estou perdida em meu paraíso negro

Procurando saídas errôneas para o meu pesadelo vivo

E, assim como uma estátua em ruas que fervilham,

Me sinto só, com os meus pensamentos tolos

Desperto, apenas, sem nunca despertar

E viver a vida e sentir vive-la, não vivo

Eu caminho nessa estrada escura

Não enxergo a luz, não enxergo além

Apenas trevas que não dissipam

E eu caminho, enevoada

Inconstante, como a divina lua

Cheia de fases, cheia de faces, cheia de mim.

A lua aparece clara em minha noite contínua

E ainda assim não vejo a sua fria luz

Sinto o meu corpo congelar, assim como as idéias,

E o tempo, falso aliado,

Passa traçando em meu rosto caminhos amargos

Correndo em meu corpo

Cíclico, rápido

Como se me forçasse a acompanhá-lo

Despejando em mim memórias vazias

E me dando a certeza de que partirei

E nada de mim deixarei

Nada comigo levarei...

Priscila de Athaides – 21/09/2007

Um comentário:

Mateus Cruz disse...

Hum... Ficou bem legal mesmo! Algumas referências a outras coisas... (tipo o dark paradise =o)
Ganbatte kudasai! =D