segunda-feira, 14 de julho de 2014

Poema sem nome



Serpenteiam rosas em meu jazz
As lembranças me entojam sem viés
A monotonia me alcança sem cor
E mergulho em tristeza pra rimar com dor

Se eu fosse passarinho me arriscaria a cantar
Só que o tempo me alcança e não posso esperar
Talvez os oceanos me dariam um rumo
Mas ao prender as lágrimas em silêncio eu sumo

São gigantes os sonhos que me cercam
E como os moais eles nunca despertam
Distante de todos me perco em mim
Buscando respostas de onde eu vim

Saudade é apenas uma palavra perdida
Um link desconexo que me transporta vida
Os sentimentos são palavras tecnológicas
Me ensinando que não existem mais lógicas

Priscila de Athaides - 13/07/2012

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A contradição



Eu sou a sua contradição
Aquela que você jurou amar, mas despreza
Sou o lado feio da beleza
A loucura que te afasta
Os sonhos que não sobreviveram ao concreto
A água que não te satisfaz
Eu sou a mentira em suas verdades
A vontade de crer que te deixa cético
O intenso que se faz fugaz
As horas que passaram e já não são.
Mas o seu futuro foi marcado por mim
Pois ninguém mais será como eu
E todos serão pequenos
Parecerão incompletos
Você buscará em todos
E esses te darão pouco
Dúvidas será a sua sina
E você será tolo demais pra perceber
Que o tempo é a cura mais cruel.

Priscila de Athaides – 10/07/2014

domingo, 6 de julho de 2014

Tempo estranho



Está tudo tão estranho agora
Todas as certezas terminadas
Os sonhos destruídos
O futuro instável.
As memórias se distanciam
Frias e fragmentadas
O tempo escorre desconfigurado
E chega-se ao fim de uma era.
O futuro é como um borrão
Sem cores e tempo
Todos os dias são o mesmo
Instáveis.
Está tudo tão estranho agora
Como capítulos em um livro
Que não parece ter fim
E não há linearidade.

Priscila de Athaides – 06/07/2014

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Impulsos



Viver de impulsos pode trazer caos
As pessoas ao seu redor são alvos da sua tolice
E as palavras começam a escorrer de sua língua solta
Sem que haja pudor ou freios.
Tudo ao seu redor se torna turvo
Não se vê à frente, não se vê consequências
Os seus gestos são ferozes
Os seus lábios uma cachoeira.

Priscila de Athaides - 02/07/2014