quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Última Estória - Deborah Blando

quando eu fecho os olhos e me sinto enfeitiçada
é você em min
tão perfeita simetria, onde nasce a fantasia
num chão de alecrim
sou Alice fugitiva num País de Maravilhas
tomei do teu chá
doce veneno, forte apego
o ponteiro sempre busca o seu par

quando eu abro os olhos e me vejo nos teus braços,
você me levou
ao mais puro paraíso
como anjos que caíam do céu desse amor
somos nuvens passageiras
num universo de poeira
nadei no teu mar
livre o arbítrio, nosso infinito
você faz meu tempo parar

não é meia-noite
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou

quando acordada, misturada nos lençóis
da manhã, sem te ver
ainda sinto o teu cheiro que ficou na minha pele
a Paz de te ter
somos parte dessa noite em que a gente
se fez um, é demais viajar
longe do óbvio, fora do tempo
te acalento na solidão

não é meia-noite
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
e a razão do meu amor

eu vou iluminar o breu do teu céu
pra poder te ver
eu sou a canção do teu carrossel
a canoa do teu papel

não é o fim do mundo
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
e é pra sempre que você será
a razão dos meus sonhos,
sonhos pra despertar
te perder primeiro então te encontrar
e deixar a eternidade reinar

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Pra Você

Eu vivo pra você
Eu vivo por você
Muito antes de te conhecer...
Nossos caminhos já estavam traçados
Através das pessoas que conhecemos
Das decepções que tivemos
De todas as certezas e incertezas
Das coisas que nos fizeram amadurecer
Pra então chegarmos a este ponto
Em que realmente nos encontramos
E vermos o quanto valorizamos o que temos agora
Porque crescemos com o tempo
Passamos por tudo o que passamos
Pra entendermos o que é estar amando verdadeiramente...
O seu nome está escrito na palma das minhas mãos
Nas linhas da minha vida
E eu sabia que era você quando eu o vi
E vi que todo o sentido de estar aqui
Era pra este momento
Em que encontrei você
Que sou eu
Que somos nós
Que somos um...

Priscila de Athaides – 28/08/2007

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Into Your Light

I've heard your song
And I've seen the light
In your eyes and it
Took me so long to see
Straight through the night
And through you ah

You're the depths of my own mind
And you're the heights of my creation
Wait for me, wait for me

Alone but strong when you're in my sight
Your love hit me like a stroke
Take me with you
Take me with you

Take me to that place ah
Where I feel so safe aaah
Into your light I dive

I've taken this step
And we're intimate now and I am
I am joining your world
A formation of love and you shine
Through me

Into your light
Enter my mind

Mermaid medium of light
For the morning that comes
For the orchid that grows
Love me against all odds
You defeated the doubt
That was stuck inside me

Into your light I dive

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Gli Occhi Grigi


Nuove sensazioni e nuove riflessioni nella mente

Aurora

Aurora

Não sabes da tristeza que me trazes agora

Quando me despertas dos meus sonhos

E me lembras da amargura

Que se apossou da minha alma

Após o desvio daquele olhar

Ah! Maldita Aurora!

Não sabes que eu vivo em eterna escuridão?

Minhas lágrimas me contam histórias

Sobre aquele que se foi...

E agora a minha companheira és tu, aurora

E as tuas góticulas de orvalho

Que se espalham pela minha janela

Como nódoas do adeus...

Mas eu não posso enxergar a tua luz

Iluminando o meu negro quarto

Pois a tristeza me arrancou a visão

E me resta apenas um mundo gris

E tu, Aurora, que és solidão!

Priscila de Athaides – 12/04/2003

Solidão

Solidão...

Palavra que amarga o tempo

Que não passa

Palavra mal dita

Mal pronunciada

Que corre nas veias

Como lágrima

E explode a mente

Em tudo!

Em nada...


Solidão...

Palavra que impotencía

Que acaricía a face

Com unhas

Marcando...

Ferida que é carência

Paciência...

Palavra que é maldita

Que é ferida...


Priscila de Athaides - 21/03/2003

Eu sou

Eu sou...
Não esperes que eu seja
Porque não..
Não me olhes
Não me grites
Não me toques
Eu sou
O que quer que eu seja...
Mas tu?
Nada...
O que pensas
O que olhas
O que gritas
O que tocas
Não sou...
Eu sou
Sem pânico
Sem horror
Mas o que eu sou
Não é
O que sou
Para ti...
Nada sou
Eu sou
O que soul

Priscila de Athaídes - 11/02/2003

Esses Olhos

Escuros olhos que me fitam
Prometendo paz e amor
Silêncio a todas as vozes que me gritam
Fim desta terrível dor

Terríveis os olhos que me olham
Porque seduzem a minha alma
E todas essas vozes imploram
E clamam por essa calma

Profundos olhos que me calam
Que prometem, me prometem, me seduzem...
E todas essas vozes não me falam
Para onde essses olhos me conduzem

Fim ou começo da escuridão
Tão negros, tão... escuros, tão vazios!
E essas vozes que atormentam o meu coração:
Malditos, loucos e sozinhos...

E é esta a minha escolha agora
Quando eu olho nesses olhos que me tentam...
Será que fico ou vou embora
Deixando para trás essas vozes que me atormentam?

Priscila de Athaides – 03/10/2002

Me Perdi

Eu me perdi

Dentro dos seus grandes olhos azuis

No primeiro momento em que eu te encarei

E senti que em você existia muito mais

Muito além do que eu poderia sonhar pra mim

E eu me deixei levar pela sua voz que ressoava

E pelos seus olhos que me procuravam

E então eu me perdi

Enquanto seguia a sua voz

Que soava docemente em meus ouvidos

E eu te procurei incessantemente

Porque eu senti você longe das minhas mãos

E eu quis te segurar firmemente

Falar de coisas que só você parece entender realmente

E então eu te encontrei

E me encontrei em você

Você que está tão longe daqui agora

E que está tão presente em meus pensamentos

Que me fala que também quer estar aqui

E me diz

Que não quer me deixar partir...

E eu não quero ir embora

Porque eu me perdi em você

E talvez não me encontre nunca mais

Se você se for...

Priscila de Athaides – 22/08/2007

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Eternal Return - Therion

Kronos is drumming
And time is running.
Enter the Aeon
And bring back the past

Wheel of fortuna
dancing with Shiva
Spin to the newborn
who live to the last.

The world is changing
And fall apart
End of the kingdom
And of the heart

The queen of the beauty (male choir: veil of time)
Now cold and pale
The sun is setting
The night prevail.

But fear not darkness
It's hidden light
And you will find it
shining with bright.

The time is running (male choir: veil of time)
The flame will burn
When today vanish
But all return.

Time will come to an end but bring back the start
again
Queen of time will rise again
And bring forth the fortune.
Wheel of time will whire around
And bring back the past.

A senhora da noite

Ela me encara

Com os seus grandes olhos coruja

Em seu longo vestido branco

Nessa escuridão que nos cerca...

Ela ilumina o meu caminho

E o seu canto me persegue

De norte a sul

Me enfeitiça com palavras divinas

Enquanto eu a sigo

Para um outro lugar do infinito...

Então ela levanta o véu dos meus olhos

E me mostra verdades escondidas

Entre o céu e a terra

Com a sua sublime voz

E sussurra o seu nome:

- Christabel, Carmilla, Lorelei, Sophia...

E quem sou eu em meio à névoa

Que cobre os caminhos

De um mundo que não queremos ver?

Já não sei mais...

Não há nada mais do que aquele encantador sorriso

Que destranca segredos

Me enfeitiçando com profecias perdidas no tempo

Me sufocando...

E ela me leva para um outro lugar

Além da terra

Além do mar

Onde o sol é negro

E seus raios penetram a mente

Frutas do conhecimento

E o meu mundo limitado

Já não me importa mais

Porque há apenas ela

Com as suas palavras que me afogam

Neste profundo mar negro

De loucura e conhecimento...

Priscila de Athaides – 16/08/2007

*Poema refeito do original “A garota” de 02/03/2005

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A névoa

Em meu quarto, silêncio tumular, a luz negra invade a janela. A lua sem lua, as estrelas sem estrelas, madrugada certeira. Meus olhos estão fechados, mas não encerrados. O que espero? O que quero? A minha propícia janela, virada pra lua sem lua, aberta. Porque abri? Noite fria...Silêncio inquebravel. Inspiro... Expiro... Brandamente... Quase inaudível... Medrosamente...Frio? Medo? Não... Expectativa. Mas pelo que?
A cidade dorme em meio a névoa branca. Pra onde foram as luzes dos postes? Das casas que nunca dormem? Acabou a energia. Noite fria, sem lua, sem estrelas, sem luz. A névoa branca se espalha por toda a cidade, invade meu quarto, invade a cama, invade as cobertas, me invade. Aperto com força os olhos, não quero ver...é tão negra essa névoa branca. O que sinto? Frio... Eu estou congelando, o respirar fino... E a janela aberta.
O coração quase para, a névoa branca dentro de mim. O que é? A madrugada vazia, negra e a névoa vêm entrando branca, estranha.
Um sussurro... Um murmúrio...O corpo que não quer se mexer, os olhos que não querem abrir. Essa estranha névoa corre suas mãos em mim. Por minhas pernas, em minhas coxas, em meu sexo... Como é fria... Em minha barriga, por meus seios, em meu pescoço. O silêncio é quebrado por um grito. Dor... Tesão... Minhas mãos apertam com força a colcha. A camisola branca, os lençóis brancos... Agora vermelhos, manchados por negro sangue.
A névoa se vai, caminhando pelo frio chão do meu quarto, a névoa beija os meus brancos lábios e vai... A janela se fecha e eu abro meus mórbidos olhos... Lá está ela, me olhando da janela com a sua pálida face contra a face negra da madrugada e ela me sorri como criança e se vai arranhando as unhas na janela como as asas negras de um morcego.
E a manhã nunca mais virá... A camisola manchada, os lençóis manchados, a menina... Efêmera alma. E o que sobrou? A menina que dorme eTerna em sua cama branca, em sua cama sangue, em seu quarto maculado.

Priscila de Athaides – 20/02/03

Reflexões

Devoro palavras e pensamentos

Alimento-me com o que me cerca

Com o que é despejado em meus olhos,

Em meus ouvidos,

Em minhas palavras,

Em minhas mãos,

Em minha alma,

Em tudo o que transpira de mim...

Sou isolada com idéias feitas

E delicio-me em desfazê-las

Olho ao redor e vejo muitos eus

Todos tão diferentes de mim

A mesma nação, a mesma escrita

A mesma cultura, as mesmas mentiras

A mesma ‘langue’, a mesma pátria

Outra ‘parole’, outras falas

Todos os mesmos

Diferentes entre si...

É tudo turvo ao meu redor

Mas eu procuro ver além

Me perco em pensamentos

Me encontro em outros rostos

Me encontro em mais ninguém

Eu sou criadora da minha fala

Despejo-me em outros olhos

Em muitas palavras

Toco muitas mãos

Perco-me em muitas almas

Transpiro tudo o que se passa em mim

Mas quem consegue ver?

Eu estou, não sou e tudo passa

Nessa roda da fortuna que não pára

Cada cabeça é um mundo

O mundo faz cada cabeça

Desconstruindo

Refazendo

Perdendo-se

Permanecendo...

Priscila de Athaides – 15/08/2007

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Momento Outono

Bom, hj eu tive a minha primeira aula de 'Criação literária: O poema', e uma das tarefas que tivemos foi criar, a partir de determinadas palavras, um poema. Foi uma experiência interessante, o legal eh que, provavelmente, esse semestre aprimorarei a minha escrita poetica para deliciar-los!!! Espero que essa matéria seja muito útil, afinal de contas o maior motivo que me fez querer cursar letras era exatamente esse. Ah, segue abaixo as palavras:

- Migalha
- Folha
- Momento
- Teto
- Mão
- Influência
- Bola quadrada (???)
- Picos
- Amor
- Chuva
- Tempestade
- Verão

E aqui está o poema:

Entre os meus momentos de picos

Em que as minhas tristezas e alegrias tocam o teto

Sinto-me meeira em minhas buscas

Como se uma mão divina e sombria

Me carregasse entre as minhas dúvidas e certezas

Nessa minha mente, bola quadrada e confusa

Como se tudo estivesse encaixado, redondo

Quando tudo ainda está se transformando, crescendo...

Eu sinto as folhas da vida caírem em minha alma

Dessa árvore interna que carrega o meu mundo

Transformando os meus sonhos em uma sombria tempestade

E enquanto chove aqui dentro

Nesse momento outono

Que não é verão nem inverno

A minha vida parece transformar-se em migalhas

E enquanto eu não redescobrir todo o amor perdido em mim

Eu serei sempre outono

Entre esses meus momentos de picos.

Priscila de Athaides – 10/08/2007

domingo, 5 de agosto de 2007

LadyMoon

Fonte: http://anagarrett-artpainting.blogspot.com/2006/10/lady-moon.html