sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
A Mulher Canela
As luzes ascendem
A mulher canela
De olhos negros
Flameja amor dos lábios
Enquanto o cheiro da bebida quente
De chocolate cremoso
Derrete-se na fumaça das cinzas
De tempos afundados pelas horas
Passado perdido na memória
De auroras preenchidas por outro começo...
Dance senhora, dance!
Como a serpente emplumada
Em seu ritual divino
Movido a cacau
Os deuses estão soprando milagres
Em seu ventre enlouquecido
Enquanto o chocolate derrete na boca
O sabor adocicado de prazer e de culpa
O cheiro aromatizante que invade a mente
A mulher canela que me abraça
Em sua dança proibida...
Priscila de Athaides – 07/12/2007
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Pirulito
Gira pirulito gira
Caminhos brancos
Caminhos vermelhos
Caminhos azuis
Caminhos doces
Caminhos simples
Tijolos amarelos...
Gira pirulito
Derretendo nos lábios de uma criança
Que cresce e que muda os trajetos
Caminhos ramificados
Escuros e vazios...
Pirulito que bate-bate
Quem gosta de mim sou eu
Alcançando os céus
Pulando amarelinha
Correndo atrás de aventuras
Ninando a boneca de pano
Façanha nos olhos de uma criança...
Dizem que as fadas existem
Voando na mente suave
Da garota que sonha acordada
Que pula corda
Mergulha entre as flores cheirosas
E cai no país das maravilhas
Toma chá com a lebre maluca
Corre atrás do coelho branco
Joga críquete com a rainha de copas
Desvenda adivinhações do chapeleiro louco...
Louco está o mundo
No dia que tudo se esvai
E o pirulito seca
Amargando na boca...
Priscila de Athaides – 04/12/2007
Os Picos Gêmeos
Nasce o sol por trás dos picos gêmeos
Nasce para os que não dormem mais
Dançando o ritual da senhora da noite
Dizem ser a mãe da terra
Falam que o seu cheiro corre no ar
Excitando os homens
Enchendo o ventre das mulheres de vida...
E os picos é a sua morada
O monte Olímpio da senhora antiga
Na memória dos homens etéreos,
Aqueles que ainda respiram
O ar leve da senhora da vida
Perdida nos velhos picos...
E os picos gêmeos parecem dançar
Ao brilho do sol que queima
Dizem ser a mãe da terra
Soando o seu cantar diurno
Enquanto Apollo atira os seus raios
Na mente dos homens terrestres
As palavras de Sofia adormecida
Por trás do véu da vida...
E nasce a vida em meio às palavras
Da senhora esquecida
Que renasce engrandecida
Nos picos gêmeos
No sol que brilha
No vento que sopra
Palavras da formosa Sofia.
Priscila de Athaides – 04/12/2007
Olho Você
Eu me olho em você
Mais uma vez
Essa pessoa estranha que fala por mim
Todas as palavras tortas
E diz que eu sou assim
Enquanto eu digo que não...
Eu olho você
Atravessando as barreiras dos mundos,
Paralelos que não se cruzam
Quando não olho você.
Eu quero enxergar além
Você, tão invisível
Vê em mim
Apenas uma criança temerosa
Escondendo-se para não se entregar
As suas palavras mortas.
Eu olho você
Novamente
Eu caminho pra trás
E colo os lábios
Deixo você entrar
E correr em meus pensamentos
Até onde os pensamentos permanecem frescos
E nunca mais...
Olho você.
Priscila de Athaides – 04/12/2007
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Sofá de couro bege
As multidões permanecem no caos
Barulhentas e passageiras
Por entre os asfaltos quentes e permanentes
Enquanto o horizonte muda a cada instante
Até se tornar invisível e frio
Quando a escuridão toma conta
E o caos permanece
Sempre do outro lado
Da janela estática e luminosa
Que transpassa cada átomo
Roubando os momentos vazios
Silenciando as palavras hipócritas
De resgate e humilhação
E dos sonhos que permeiam a todos
Sempre os mesmos.
E os que estão deste lado
Permanecem sentados, em letargia
Que parece congelar os momentos
Enquanto o vento corre entre as estações
E tudo parece igual
Tudo é igual
Menos o tempo
Que leva o próprio tempo
Até o momento em que o caos toma conta
E o asfalto parece próximo ao rosto
Que frio, beija a face
Quando caem os que deixaram a vida virar pó
Sentados naquele momento estático
Esperando a vida correr em seus corpos
Sem notar a própria vida.
Priscila de Athaides – 30/11/2007
sábado, 24 de novembro de 2007
O jardim da senhora das flores
Dos ares venezianos
Terras gaúchas foram invadidas
Pelo cheiro das flores italianas
E então levadas pelo vento
Para a princesa do sertão
À árida terra nordestina...
Do solo maternal
A nova geração dos ‘Joaõs bons’ é invadida
Invade os sonhos da criança esquecida
Nas lembranças da mulher adormecida
Que não se esquece e não mais se apega
A infância perdida...
E as flores dançam
O ritual da vida
O jardim vive
Nas ondas da memória...
A senhora das flores surpreendida
Pelo trágico acidente fatal
Que foi-lhe arrancada a metade
Para o incerto mundo etéreo
Parte para a terra arborizada
A úmida região amazônica
Abandonando o seu jardim, esquecido
Na gema dos sonhos inesquecíveis...
Priscila de Athaides - 23/11/2007
Celulose
Palavras são sussurradas ao vento
Códigos indecifráveis
Segredos incontáveis
Incompreensivelmente simples
Aos que caminham sem rumo
Pelos já traçados passos vazios...
Palavras que cantam as suas melodias
Acordando o mundo que alvorece
Jorrando em folhas brancas
Sorrisos e lágrimas
Esperanças e desilusões
Rimas ricas, versos pobres,
De amor e de dor
De pensamentos tolos
Nostálgicos
De reflexões
Desenhando o mundo
Em linhas invisíveis
Vivas, nesse mundo que as desprezam,
Esse mundo surdo, esse mundo cego,
Que raia dia após dia
Num ciclo infinito
Sem notar a sua existência
Como as árvores que permanecem...
Sem fim...
Priscila de Athaides - 11/10/2007
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Réquiem dos mortos-vivos
Dançam os espectros prateados
Nas profundas catacumbas mudas
Cantam para a sagrada lua avermelhada
Trenodia para os que jazem
Em fria terra sagrada
Transformados em pó esquecidos
Enquanto madruga aos olhos dos que respiram
O venenoso oxigênio necessário.
E aqueles que descansam
Ao som do mórbido réquiem
Das sombrias almas penadas
Despertam com os seus brancos olhos Romerianos
Ao sino preciso das 3:00 matinal
Entre os túmulos maculados
Pela essência divina e cruel
Dos demônios enraivecidos.
E cavam a podre terra
Com as suas mãos putrificadas
Guiadas pela terrível fome eterna
De tripas e vísceras
De músculos e ossos
De sangue e de carne macia
Dos que ainda permanecem em vida
Nessa vazia rotina estática.
Caminham a passos lentos
Forçando as suas juntas enrijecidas
Por longas horas entorpecidas
Pelo amargo veneno da morte
Com as suas caras inexpressíveis
De uma maldição Lugosiana
Na efervescente noite vermelha
De puro horror apocalíptico.
Priscila de Athaides – 12/11/2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Jóias Perdidas
Pelos ventos do outono
Hoje o dia penumbra
Mergulha nos lábios salgados
Caminha nos olhos fechados
Como temporais de areias
Cobrem as jóias do tempo
As eternas jóias perdidas.
Mas hoje os olhos abrem
Revê a face do passado
Que mastiga o órgão pulsante
Sacia-se do sangue latente
E bombeia a vida daquele que não sentia
E hoje sente
Lembranças que trazem saudade...
Adeus folhas que vão
E que retornam com o tempo
Para serem espalhadas nas horas instáveis
E pesar na memória como as jóias perdidas...
Priscila de Athaides - 09/11/2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Bianca
Hoje é uma daquelas noites frias, uma névoa gélida toma conta da cidade, o céu está coberto de nuvens, e ainda assim pode-se ver a luz da lua atravessando algumas nuvens. É uma daquelas noites que o sono demora a vir. Isso têm sido algo que se repete com bastante freqüência ultimamente, acredito ser por causa do casamento que está próximo. Hoje é 12 de maio e faltam apenas três dias para casar-me com o Conde Ricardo de Orlando.
Tenho por agora 17 anos, completei-os recentemente, no final do mês de abril. Estou noiva já há três anos. Não posso afirmar que amo-o, mas afeiçoei-me a ele. O Conde nos ajudou muito quando precisamos.
Minha mãe, D. Matilda Gonçalves, ficou viúva muito nova, eu tinha apenas dois anos na época. Meu pai era contador do governo e sofria de gota. O trabalho tomava-lhe muito o tempo, não gostava de deixar as coisas acumulando-se, dizia a minha mãe, então desleixou-se de sua saúde até que a doença o tomou de tal forma que fora irreversível. Minha mãe herdou a casa e a então escrava Dita.
A casa é relativamente grande, com 2 andares, muito maior do que necessitamos, é verdade, mas é bastante confortável. Constitui de um hall, duas salas, uma de visitas e outra de jantar, uma cozinha,
Minha mãe dizia ser herança do meu avô paterno, tinha muita afeição por ele. Disse-me que meu avô chegou a morar com eles no começo do seu casamento, mas que morreu em menos de 1 ano, isso afastou o meu pai dela, que mergulhava mais e mais no trabalho.
A casa antes era realmente bela, tínhamos rendas espalhadas pelos balcões e mesas da casa, quadros lindos no hall, algumas esculturas, os móveis eram novos e estavam sempre bem limpos e os lençóis tínhamos aos montes, de todas as cores, de vários tecidos. Como meu pai não deixou grandes quantias de dinheiro para mamãe, e como a pensão do governo era apenas o suficiente para pagarmos algumas contas e alimentarmo-nos bem, minha mãe começou a costurar para os vizinhos, arte que aprendi muito cedo para ajudá-la no serviço. Ganhavamos pouco, mas adicionado à pensão, dava para vivermos com conforto.
Com o passar do tempo e com a solidão, mamãe entregou-se a bebida. A princípio não me importava tanto, porém a bebida começou a ficar constante, passou a beber quase todas as noites, passei a costurar por nós duas, pois ela começou a acordar tarde e de ressaca. Começamos a perder clientes, as fofocas corriam pelas ruas, o dinheiro começou a faltar, começamos a nos desfazer de algumas posses. Os quadros foram os primeiros, depois as rendas, alguns móveis e finalmente alguns dos lençóis mais caros. Foi difícil desfazer-se deles, mamãe dizia que vinham de Paris, presentes de casamento.
Foi difícil para mim me desfazer dos quadros. Tinha um em especial que adorava. Ficava em um dos quartos do andar de baixo, costumava ser o escritório do meu pai, agora serve como depósito. No quadro tinha uma moça seminua, apenas um lençol vermelho cobria-lhe o corpo, tinha longos cabelos negros e olhos escuros. A moça parecia observar a quem a olhava, e sorria um sorriso convidativo. Achava-a linda, parecia feliz. Mamãe detestava, dizia que o meu pai admirava-o as vezes por horas. Foi o primeiro que ela se desfez.
Há cinco anos a escravidão acabou, minha mãe achou que iria perder Dita também, porém Dita permaneceu, ajudava no que podia, mas estava velha, já não agüentava todo o serviço da casa sozinha, ajudava-a no que podia, já que todas as manhãs ocupava o meu tempo estudando com a minha tutora Anne, filha de uma amiga da minha mãe.
Anne tinha quase trinta anos, mas era de uma beleza incrível, com os seus longos cabelos loiros e seus olhos verdes claros. Achava-a incrível, culta, inteligente, conversava-mos muito, Anne era o que de mais parecido eu tinha com uma amiga. Ensinava-me português, literatura, uma noção de matemática, etiqueta, inglês entre outras coisinhas do dia-a-dia. Dizia que eu era talentosa com a costura, dei de presente para ela um lindo vestido azul escuro que usava para freqüentar as festas da sociedade. Eu a amava, queria tê-la por perto o tempo todo, mas me contentava com as 8 da manhã até o meio-dia. Às vezes almoçava com a gente, entretanto após o seu noivado não era com tanta freqüência. Ela noivou-se com o Duque de Corvinas, dono dos cafezais da região. Detestava-o, com os seus cabelos ruivos ralos e a sua pele manchada de sarnas. Achava-o grosseiro para a delicada Anne e sabia que assim que se casassem, ela não seria mais a minha tutora, e isso torturava-me.
Após casar-se, vejo-a apenas nas missas de domingo, que agora vou sozinha, já que minha mãe deixou de me acompanhar desde que a bebedeira apossou-se dela. É o único dia que freqüento a sociedade, não gosto tanto, as pessoas cochicham quando eu passo, sei que falam da minha mãe, foi um dos motivos dela ter abandonado a igreja, um escândalo para alguns, mas aquele falatório não fazia bem a ela, acabava bebendo ainda mais.
Há uns dois anos mamãe adoecera, estava tuberculosa. Sabemos que o seu fim é certo, o médico vem vê-la todas as sextas, a sua cara me desanima. Eu cuido de minha mãe como posso, sua enfermidade me deprime, o Conde Orlando têm sido generoso, paga os remédios e chamou uma ajudante para os afazeres domésticos. Essa seria Cristal, uma garota ainda de uns 15 anos. É realmente bela, com a pele cor de canela e longos cabelos cacheados, seus olhos tem uma cor amendoada, quase mel. Cristal logo causou desordem na cidade. Todas as sextas a noite sai, alguns falam que vai praticar a sua magia, começou a seduzir alguns homens casados e outros solteiros, eu não me importo com isso, já estou acostumada com o falatório.
O Conde Orlando conheci quando Anne ainda me dava aulas, era amigo do Duque, herdeiro da maior casa do centro, seus pais tinham falecido há pouco e sentia-se muito só. O Duque me indicou como costureira, falou-lhe que tinha grandes talentos para roupas de gala. Encantou-se comigo, falava que o meu cheiro o embriagava e que adorava os meus cabelos soltos caindo sobre os ombros. Achava-o engraçado, mas não me interessava por ele. Noivei por incentivo de mamãe, precisava casar-me e minha mãe via a grande vantagem que esse casamento iria me trazer. Não queria, sentia-me entristecida quando falava isso com Anne, mas ela me dizia que iria ter que me abandonar e eu me sentiria muito só, seria bom a companhia de um homem na minha vida. Aceitei-o por fim.
Ele vem visitar-me todas as sextas, eventualmente me convida para ir aos bailes com ele aos sábados, às vezes vou, mas não gosto. Eu me sinto mascarada em meio àquelas pessoas cheias de pompas, tenho que sorrir o tempo inteiro e todos me tratam muito bem, e eu detesto esse tratamento hipócrita, porque sei que falam mal de mim e minha mãe pelas costas, agouram o meu noivado, dizem que eu não sou merecedora do Conde com uma mãe cachaceira como a minha. Sempre invento algum mal estar nos bailes e retorno cedo para casa.
Desperto todos os dias às 7 horas, antes Dita me acordava, agora é Cristal. Dita começou a despertar um pouco mais tarde, lá pelas 9 horas e dormia cedo, umas 20 horas, era a idade, de fato estava muito velha. Mas eu adoro ser acordada por Cristal, ela tem uma delicadeza em suas mãos quando me acorda tocando os meus ombros. Eu me sinto ferver quando abro os olhos e vejo os seus olhos amêndoas me encarando e depois quando sai com o seu rebolado delicado. Tem um lindo corpo, um cheiro leve de rosas que invade o meu quarto. É realmente formosa, entendo porque enlouquece os homens, vejo como o Conde olha para ela.
Após Cristal estabelecer-se em minha casa, aprender direito como cuidar de minha mãe e os horários dos remédios, antes tarefa minha, o Conde decidiu me presentear com uma viagem até Londres, para aprimorar os meus estudos. Passaria 1 ano fora, ele sabia da minha afeição pelos estudos graças ao que Anne contava para ele, e sabia que tinha grande fluência
Foi realmente interessante esse ano que passei
Contudo o que mais gostava de ler em Londres era a literatura gótica que fervilhava enquanto estive por lá. Tem um conto em particular que adoro, chamado Carmilla do irlandês Sheridan Le fanu, queria estar no papel de Laura e ter o meu quarto invadido todas as noites por Carmilla para sugar-me a vida. Apaixonei-me pelo conto.
Sentia-me desprezada em Londres, via as ruas me encarar com ódio, sentia-me estranha, tinha saudades de casa. Fiz amizade com uma espanhola, Carmem. Ela me contava que os ingleses não gostavam de estrangeiros, temiam perder os seus empregos, achavam-nos sujos, diziam que nós impregnávamos as ruas deles com doenças. E sentia-me como uma praga naquelas ruas.
Carmem e eu conversávamos muito, entendia-a pouco no começo, mas logo começamos a nos entender melhor. Às vezes, quando as noites eram muito frias, Carmem dormia comigo, adorava senti-la perto de mim, a sua pele queimava junto a minha e Carmem tinha um cheiro que me perseguia o resto do dia, doce, suave.
Uma noite ela me acordou, estava bêbada, dizia ter conhecido um americano e que iria fugir com ele para os Estados Unidos, queria me levar junto, ela sabia que eu me sentia sufocada com a minha vida no Brasil, mas era impossível, devia gratidão ao Conde. Carmem partiu, senti-me solitária até a minha volta ao Brasil. Às vezes me escrevia. Dizia que estava desamparada nos Estados Unidos, teve que prostituir-se, o homem a abandonara após dois meses juntos, disse que se cansou dela. Eu queria resgatá-la, mas não podia. Parou de me escrever com o tempo. Sinto falta do seu corpo quente nas minhas noites frias.
Hoje é uma dessas noites, queria vê-la nas ruas dessa cidade enquanto olho pela janela, mas tudo o que vejo são nêvoas. Me sinto realmente só nessas noites, queria fugir, mas as tosses da minha mãe me avisam que devo permanecer e encarar tudo, não quero que ela sofra mais. Tudo o que me resta agora é esperar o meu casamento e poder dar uma vida confortável para a minha mãe até o fim de seus dias. Mas o que virá depois é uma incógnita.
Priscila de Athaides Ribeiro – 04/10/2007
sábado, 29 de setembro de 2007
Amor Perfeito
Quero mergulhar em você,
Amor perfeito,
Para roubar os seus pensamentos
Que sejam todos meus!
Assim eu permanecerei em sua pele
Como uma fragrância única
Essencial, viciante, preciosa...
Então seu sorriso permanecerá
Refletido no meu
Me enfeitando a face,
Antes apática,
Me tornando luminosa
Verdadeiramente feliz...
E nas minhas horas vazias
Me completarei com você
Até que as nossas peles se reencontrem
Nos tocando em êxtase
De prazer e ternura
Quando nos fazemos inteiros...
E quando as tempestades chegarem
Nadarei até você,
Meu porto seguro,
Para que me carregue em seus ombros
Até um mundo só nosso
Que criamos quando estamos juntos
Inabalável, estável...
E eu te buscarei incessante
Para mergulhar em você
Plenamente
Até que seremos eternos
Nesse amor perfeito!
Priscila de Athaides – 29/09/2007
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
O Éden de Sofia
Sofia arrasta os seus pés
Na marrom terra macia
Acanela-lhe a pele, o sol,
Enquanto caminha Sofia
Coroada de rosas vermelhas
Despetala-se Sofia
A sua pele o sol ilumina
Pálida pele, claro o dia
Ao seu redor circula a serpente
Dizendo o que não devia
Sobe-lhe as pernas, acaricia-lhe as coxas
Sussurrando palavras proibidas
E eis que encontra a chave
De todas as suas dúvidas perdidas
Na árvore que a coruja repousa
O segredo de toda a vida
E então, maior do que Adão,
Fez-se Sofia
Que, além do paraíso,
Cria o seu Éden de sabedoria
Priscila de Athaides – 28/09/2007
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Estrada Perdida
Desperto fria nessa escuridão
O vazio me ampara com o seu abraço gélido
É tudo estranho ao meu redor
Tudo parece olhar para mim e não me reconhecer
Não encontro a minha estrada de tijolos amarelos
O meu lar não me conforta
Estou perdida em meu paraíso negro
Procurando saídas errôneas para o meu pesadelo vivo
E, assim como uma estátua em ruas que fervilham,
Me sinto só, com os meus pensamentos tolos
Desperto, apenas, sem nunca despertar
E viver a vida e sentir vive-la, não vivo
Eu caminho nessa estrada escura
Não enxergo a luz, não enxergo além
Apenas trevas que não dissipam
E eu caminho, enevoada
Inconstante, como a divina lua
Cheia de fases, cheia de faces, cheia de mim.
A lua aparece clara em minha noite contínua
E ainda assim não vejo a sua fria luz
Sinto o meu corpo congelar, assim como as idéias,
E o tempo, falso aliado,
Passa traçando em meu rosto caminhos amargos
Correndo em meu corpo
Cíclico, rápido
Como se me forçasse a acompanhá-lo
Despejando em mim memórias vazias
E me dando a certeza de que partirei
E nada de mim deixarei
Nada comigo levarei...
Priscila de Athaides – 21/09/2007
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Você
Você mergulha em meus olhos
E invade a minha mente
Como droga viciosa
Eu, fraca como sou,
Me deixo invadir pelo seu sorriso, impotente
Você passeia em minhas veias
Como se fosse o meu sangue
Bombardeando o meu coração
Respiro... Respiro... O respiro...
Eu respiro você
E já não sou mais eu
E você, tão inocente, se faz parte de mim
Eu me faço você...
Eu nada seria
Sem você fazendo parte da minha vida
Você é o veneno que escorrega em meu rosto
E me fere a alma
É o sorriso que me ilumina a face
E se cala em meu corpo
Eu, calada,
Não sei mais como guardá-lo em mim
Então gritarei aos quatro cantos:
- Eu te amo!
E sufocarei os meus gritos
Com as minhas próprias mãos
Morrendo em meu delírio
Que é você...
Priscila de Athaides – 14/04/2003
Fernando Pessoa
- Cai chuva do céu cinzento
- Fernando Pessoa, 15-11-1930.
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.
Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
Dentro do meu coração.
Melancolia
Os dias passam por mim
Como correntes d’água
Levando tudo de bom
E deixando nada...
Sinto que morro a cada dia
E cada dia sou menos eu
Me sinto invadida
Por um mar de nostalgia
Sinto falta do que nunca fui
E do que passou
Não estou presente em mim
Eu reergo barreiras
E me escondo na tristeza
E o amanhã é tão incerto
Morre em mim
Sei apenas que passarei
E chegarei ao fim...
Priscila de Athaides – 31/07/2003
Cobra
É fácil, não?
Julgue, minta, destrua...
O que eu sou para você? Nada...
Humana? Eu?
Humano não faz as coisas que faço, não?
Humano mente, se esconde
São máscaras, corpos sem alma
Sem alma...
E ter alma
Seguir o coração
Me leva a apenas um lugar
A sua língua imunda, podre, venenosa...
Me julgue:
- Ela é boa de cuspir!
Mas não se esqueça que você não é nada
Pior...
Você é podre por dentro, pedra por fora
Destruição...
É fácil julgar aos outros
E se esquecer de quem você realmente é:
Escultura da hipocrisia humana!
Olhe para você mesmo
E pare de me destruir com a sua língua
Isso está me matando
E o assassino é você!
Priscila de Athaides - 05/03/2003
Negro
São negros os olhos que eu tenho
Negros, assim como a minha alma
Lanço aqui nesse momento
A minha fúria, a minha raiva
Negra é a língua que me fala
Podre, assim como as palavras
Destruindo os meus mais profundos sonhos
Transformando tudo em nada
Negro é o céu que me cobre
O meu mundo fora dos meus sonhos
Cobre todos os meus anseios
Destrói todos os meus planos
Negro é o meu coração latente
Cheio de ódio e amargura
Onde se esconderam os meus desejos?
Quando se acabou a minha ternura?
Priscila de Athaides – 19/11/2002
Após
Caminhe sobre o vale da morte
E veja com os seus olhos imortais
Que o céu não é o limite
Que a morte é só o começo
E que a vida é mais do que um sopro
Caminhe sob céu que te rodeia
E veja que a terra é só o início
Que a vida tem um sentido
E veja isso com os seus olhos mortais
Não se abandone no seu último suspiro
A vida não acaba aí
Se transforma
Muda
Você tem a vida para viver
E a morte para se arrepender
Então viva... para morrer em paz
Priscila de Athaides – 12/06/2002
Vazio
Esse vazio que me toma
É tão silencioso e termo
Me toma em tempos
Que se perde a noção de eterno
Esse vazio que me tem
Chega manso, lentamente
Me tem a alma em liberdade
Me torna morta a mente
Mas vazio, porque me tomas?
Chegas em forma de sedução
O que trazes contigo?
Silêncio e solidão...
Vem devagar e me domina
Nesse olhar que perdeu
A luz e a vontade
De ser apenas eu
Silêncio, agora é tudo o que tenho
Um pouco de paz e solidão
Agora nada mais resta
Agora parou o coração...
Priscila de Athaides – 18/09/2001
Anjo
Dedico esse poema ao meu amigo Max, que sei que gosta desse poema e tb pq prometi para ele que esse poema seria dedicado a ele. Espero que vcs gostem, pois esse eh um poema relativamente antigo...
Anjo (Parte I)
Um anjo
Sem asas
Sem amor
Pecador
Sem pecados
Calado
Quem é?
É veneno
Que mata
Que azeda
Que amarga
É dor
É morte
Sem sorte
E eu
Sem pensar
O amo!
Anjo sem asas
Que me mata
Com todo
O seu veneno
Lamento amar
E calar...
Priscila de Athaides – 15/09/2001
Anjo (parte II)
Anjo, onde está o teu coração?
O meu está repleto de dor
Voa com asas de fogo
Anjo sem amor
Anjo, porque me atormentas
Tomando a minha mente?
Voas e não sabes tu, anjo
Que és igual a serpente
Anjo, teus olhos tem malícia
Mas tu não me olhas assim
Teus olhares tem grande perigo
Perigo que corre
Anjo
Porque tu és assim?
Tens rosto de anjo
E pareces o mal para mim
Anjo, tu és um doce pecado
Tão amargo e tão proibido
Minha alma esta condenada
Por este anjo caído
Anjo, o céu ainda não sabe
Ninguém, ninguém percebeu
Tu és um anjo que queima
E que me corrompeu...
Priscila de Athaides – 19/09/01
Penas Brancas
As penas brancas permaneceram em minhas mãos
Enquanto as aves partiam
E eu as apertei junto à face
E me pareceram macias...
Caíam lentamente no chão
As penas das aves partidas
E eram levadas pelo vento
Tempestades vazias
Tempestades inteiras
E eu vi as aves morrerem
Caírem dos céus
Vi os vermes comendo-lhes a carne
Virarem pó
Serem varridas pelo tempo...
E eu, só
Vi o meu corpo desmontando
Por cima das penas brancas
Misturadas aos vermes
Mas tudo foi sendo levado
O pó, as penas, os vermes...
Pelas tempestades internas
Levadas embora com o tempo
Levadas embora por inteiro...
Priscila de Athaides – 17/09/2007
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Última Estória - Deborah Blando
quando eu fecho os olhos e me sinto enfeitiçada
é você em min
tão perfeita simetria, onde nasce a fantasia
num chão de alecrim
sou Alice fugitiva num País de Maravilhas
tomei do teu chá
doce veneno, forte apego
o ponteiro sempre busca o seu par
quando eu abro os olhos e me vejo nos teus braços,
você me levou
ao mais puro paraíso
como anjos que caíam do céu desse amor
somos nuvens passageiras
num universo de poeira
nadei no teu mar
livre o arbítrio, nosso infinito
você faz meu tempo parar
não é meia-noite
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
quando acordada, misturada nos lençóis
da manhã, sem te ver
ainda sinto o teu cheiro que ficou na minha pele
a Paz de te ter
somos parte dessa noite em que a gente
se fez um, é demais viajar
longe do óbvio, fora do tempo
te acalento na solidão
não é meia-noite
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
e a razão do meu amor
eu vou iluminar o breu do teu céu
pra poder te ver
eu sou a canção do teu carrossel
a canoa do teu papel
não é o fim do mundo
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
e é pra sempre que você será
a razão dos meus sonhos,
sonhos pra despertar
te perder primeiro então te encontrar
e deixar a eternidade reinar
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Pra Você
Eu vivo por você
Muito antes de te conhecer...
Nossos caminhos já estavam traçados
Através das pessoas que conhecemos
Das decepções que tivemos
De todas as certezas e incertezas
Das coisas que nos fizeram amadurecer
Pra então chegarmos a este ponto
Em que realmente nos encontramos
E vermos o quanto valorizamos o que temos agora
Porque crescemos com o tempo
Passamos por tudo o que passamos
Pra entendermos o que é estar amando verdadeiramente...
O seu nome está escrito na palma das minhas mãos
Nas linhas da minha vida
E eu sabia que era você quando eu o vi
E vi que todo o sentido de estar aqui
Era pra este momento
Em que encontrei você
Que sou eu
Que somos nós
Que somos um...
Priscila de Athaides – 28/08/2007
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Into Your Light
I've heard your song
And I've seen the light
In your eyes and it
Took me so long to see
Straight through the night
And through you ah
You're the depths of my own mind
And you're the heights of my creation
Wait for me, wait for me
Alone but strong when you're in my sight
Your love hit me like a stroke
Take me with you
Take me with you
Take me to that place ah
Where I feel so safe aaah
Into your light I dive
I've taken this step
And we're intimate now and I am
I am joining your world
A formation of love and you shine
Through me
Into your light
Enter my mind
Mermaid medium of light
For the morning that comes
For the orchid that grows
Love me against all odds
You defeated the doubt
That was stuck inside me
Into your light I dive
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Aurora
Aurora
Não sabes da tristeza que me trazes agora
Quando me despertas dos meus sonhos
E me lembras da amargura
Que se apossou da minha alma
Após o desvio daquele olhar
Ah! Maldita Aurora!
Não sabes que eu vivo em eterna escuridão?
Minhas lágrimas me contam histórias
Sobre aquele que se foi...
E agora a minha companheira és tu, aurora
E as tuas góticulas de orvalho
Que se espalham pela minha janela
Como nódoas do adeus...
Mas eu não posso enxergar a tua luz
Iluminando o meu negro quarto
Pois a tristeza me arrancou a visão
E me resta apenas um mundo gris
E tu, Aurora, que és solidão!
Priscila de Athaides – 12/04/2003
Solidão
Solidão...
Palavra que amarga o tempo
Que não passa
Palavra mal dita
Mal pronunciada
Que corre nas veias
Como lágrima
E explode a mente
Em tudo!
Em nada...
Solidão...
Palavra que impotencía
Que acaricía a face
Com unhas
Marcando...
Ferida que é carência
Paciência...
Palavra que é maldita
Que é ferida...
Priscila de Athaides - 21/03/2003
Eu sou
Não esperes que eu seja
Porque não..
Não me olhes
Não me grites
Não me toques
Eu sou
O que quer que eu seja...
Mas tu?
Nada...
O que pensas
O que olhas
O que gritas
O que tocas
Não sou...
Eu sou
Sem pânico
Sem horror
Mas o que eu sou
Não é
O que sou
Para ti...
Nada sou
Eu sou
O que soul
Priscila de Athaídes - 11/02/2003
Esses Olhos
Me Perdi
Eu me perdi
Dentro dos seus grandes olhos azuis
No primeiro momento em que eu te encarei
E senti que em você existia muito mais
Muito além do que eu poderia sonhar pra mim
E eu me deixei levar pela sua voz que ressoava
E pelos seus olhos que me procuravam
E então eu me perdi
Enquanto seguia a sua voz
Que soava docemente em meus ouvidos
E eu te procurei incessantemente
Porque eu senti você longe das minhas mãos
E eu quis te segurar firmemente
Falar de coisas que só você parece entender realmente
E então eu te encontrei
E me encontrei em você
Você que está tão longe daqui agora
E que está tão presente em meus pensamentos
Que me fala que também quer estar aqui
E me diz
Que não quer me deixar partir...
E eu não quero ir embora
Porque eu me perdi em você
E talvez não me encontre nunca mais
Se você se for...
Priscila de Athaides – 22/08/2007
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Eternal Return - Therion
Kronos is drumming
And time is running.
Enter the Aeon
And bring back the past
Wheel of fortuna
dancing with Shiva
Spin to the newborn
who live to the last.
The world is changing
And fall apart
End of the kingdom
And of the heart
The queen of the beauty (male choir: veil of time)
Now cold and pale
The sun is setting
The night prevail.
But fear not darkness
It's hidden light
And you will find it
shining with bright.
The time is running (male choir: veil of time)
The flame will burn
When today vanish
But all return.
Time will come to an end but bring back the start
again
Queen of time will rise again
And bring forth the fortune.
Wheel of time will whire around
And bring back the past.
A senhora da noite
Ela me encara
Com os seus grandes olhos coruja
Em seu longo vestido branco
Nessa escuridão que nos cerca...
Ela ilumina o meu caminho
E o seu canto me persegue
De norte a sul
Me enfeitiça com palavras divinas
Enquanto eu a sigo
Para um outro lugar do infinito...
Então ela levanta o véu dos meus olhos
E me mostra verdades escondidas
Entre o céu e a terra
Com a sua sublime voz
E sussurra o seu nome:
- Christabel, Carmilla, Lorelei, Sophia...
E quem sou eu em meio à névoa
Que cobre os caminhos
De um mundo que não queremos ver?
Já não sei mais...
Não há nada mais do que aquele encantador sorriso
Que destranca segredos
Me enfeitiçando com profecias perdidas no tempo
Me sufocando...
E ela me leva para um outro lugar
Além da terra
Além do mar
Onde o sol é negro
E seus raios penetram a mente
Frutas do conhecimento
E o meu mundo limitado
Já não me importa mais
Porque há apenas ela
Com as suas palavras que me afogam
Neste profundo mar negro
De loucura e conhecimento...
Priscila de Athaides – 16/08/2007
*Poema refeito do original “A garota” de 02/03/2005
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
A névoa
A cidade dorme em meio a névoa branca. Pra onde foram as luzes dos postes? Das casas que nunca dormem? Acabou a energia. Noite fria, sem lua, sem estrelas, sem luz. A névoa branca se espalha por toda a cidade, invade meu quarto, invade a cama, invade as cobertas, me invade. Aperto com força os olhos, não quero ver...é tão negra essa névoa branca. O que sinto? Frio... Eu estou congelando, o respirar fino... E a janela aberta.
O coração quase para, a névoa branca dentro de mim. O que é? A madrugada vazia, negra e a névoa vêm entrando branca, estranha.
Um sussurro... Um murmúrio...O corpo que não quer se mexer, os olhos que não querem abrir. Essa estranha névoa corre suas mãos em mim. Por minhas pernas, em minhas coxas, em meu sexo... Como é fria... Em minha barriga, por meus seios, em meu pescoço. O silêncio é quebrado por um grito. Dor... Tesão... Minhas mãos apertam com força a colcha. A camisola branca, os lençóis brancos... Agora vermelhos, manchados por negro sangue.
A névoa se vai, caminhando pelo frio chão do meu quarto, a névoa beija os meus brancos lábios e vai... A janela se fecha e eu abro meus mórbidos olhos... Lá está ela, me olhando da janela com a sua pálida face contra a face negra da madrugada e ela me sorri como criança e se vai arranhando as unhas na janela como as asas negras de um morcego.
E a manhã nunca mais virá... A camisola manchada, os lençóis manchados, a menina... Efêmera alma. E o que sobrou? A menina que dorme eTerna em sua cama branca, em sua cama sangue, em seu quarto maculado.
Reflexões
Devoro palavras e pensamentos
Alimento-me com o que me cerca
Com o que é despejado em meus olhos,
Em meus ouvidos,
Em minhas palavras,
Em minhas mãos,
Em minha alma,
Em tudo o que transpira de mim...
Sou isolada com idéias feitas
E delicio-me em desfazê-las
Olho ao redor e vejo muitos eus
Todos tão diferentes de mim
A mesma nação, a mesma escrita
A mesma cultura, as mesmas mentiras
A mesma ‘langue’, a mesma pátria
Outra ‘parole’, outras falas
Todos os mesmos
Diferentes entre si...
É tudo turvo ao meu redor
Mas eu procuro ver além
Me perco em pensamentos
Me encontro em outros rostos
Me encontro em mais ninguém
Eu sou criadora da minha fala
Despejo-me em outros olhos
Em muitas palavras
Toco muitas mãos
Perco-me em muitas almas
Transpiro tudo o que se passa em mim
Mas quem consegue ver?
Eu estou, não sou e tudo passa
Nessa roda da fortuna que não pára
Cada cabeça é um mundo
O mundo faz cada cabeça
Desconstruindo
Refazendo
Perdendo-se
Permanecendo...
Priscila de Athaides – 15/08/2007
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Momento Outono
- Migalha
- Folha
- Momento
- Teto
- Mão
- Influência
- Bola quadrada (???)
- Picos
- Amor
- Chuva
- Tempestade
- Verão
E aqui está o poema:
Entre os meus momentos de picos
Em que as minhas tristezas e alegrias tocam o teto
Sinto-me meeira em minhas buscas
Como se uma mão divina e sombria
Me carregasse entre as minhas dúvidas e certezas
Nessa minha mente, bola quadrada e confusa
Como se tudo estivesse encaixado, redondo
Quando tudo ainda está se transformando, crescendo...
Eu sinto as folhas da vida caírem em minha alma
Dessa árvore interna que carrega o meu mundo
Transformando os meus sonhos em uma sombria tempestade
E enquanto chove aqui dentro
Nesse momento outono
Que não é verão nem inverno
A minha vida parece transformar-se em migalhas
E enquanto eu não redescobrir todo o amor perdido em mim
Eu serei sempre outono
Entre esses meus momentos de picos.
Priscila de Athaides – 10/08/2007
domingo, 5 de agosto de 2007
quinta-feira, 12 de julho de 2007
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Scrivimi
Scrivimi
Quando il vento avra' spogliato gli alberi
Gli altri sono andati al cinema
Ma tu vuoi restare solo
Poca voglia di parlare allora
Scrivimi
Servira' a sentirti meno fragile
Quando nella gente troverai
Solamente indifferenza
Tu non ti dimenticare mai di me
E se non avrai da dire
Niente di particolare
Non ti devi preoccupare
Io sapro' capire
A me basta di sapere
Che mi pensi anche un minuto
Perché io so accontentarmi
Anche di un semplice saluto
Ci vuole poco
Per sentirsi piu' vicini
Scrivimi
Quando il cielo sembrera' piu' limpido
Le giornate ormai si allungano
Ma tu non aspettar la sera
Se hai voglia di cantare
Scrivimi
Anche quando penserai
Che ti sei innamorato
Tu non ti dimenticare mai di me
E se non sai come dire
Se non trovi le parole
Non ti devi preoccupare
Io sapro' capire
A me basta di sapere
Che mi pensi anche un minuto
Perché io so accontentarmi
Anche di un semplice saluto
Ci vuole poco
Per sentirsi piu' vicini
Scrivimi
Anche quando penserai
Che ti sei innamorato
Tu scrivimi
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Geração Perdida
Eu te vejo abraçar idéias obscuras
Seguir caminhos tortuosos
Eu te vejo abrir mão dos teus sonhos
Viver cada dia sem ver além...
Somos uma geração perdida
Desiludidos de qualquer coisa que o futuro parece oferecer
Estamos mergulhados em nosso próprio mundo
Buscando saídas ácidas
Sonhos efêmeros
Estamos andando para lugar nenhum...
Eu te vejo respirar profundamente
E cada vez que respiramos sentimos
Que tudo está se acabando
Cada dia as paredes do nosso mundo range
E aos poucos são derrubadas
E nos encolhemos em qualquer lugar escuro
Procurando tampar os nossos olhos para o que quer nos alcançar
E então somos apresentados ao mundo real
Que exige de nós o que não temos
O que não somos...
Eu te vejo desabar
E eu desabo na minha impotência
Eu quero te pegar pelas mãos e te guiar
Mas o meu próprio mundo está perdido
Tão perdido quanto o seu
E eu apenas observo calada
As coisas perderem controle
Porque somos uma geração perdida
Incapazes de ver além da madrugada
Que vai embora
E já não vemos mais nada...
Priscila de Athaides – 04/0707
Falsos Diamantes
Hoje é mais um daqueles dias
Em que somos novamente zumbis
Procurando simular aos tolos
Tão repletos de sarcasmo e mentiras
Adíamos por mais um dia quem somos
E descobrimos que pouco somos ao final do dia.
Se a tristeza tivesse endereço
Seria os nossos sorrisos
Que escondem apenas mentiras
Carregados como verdades
E que às vezes nos choca com a realidade
Apática e humilhante do dia-a-dia...
Se os tolos olhassem através de nossos olhos
Veriam que eles brilham como falsos diamantes
Tão belos e sem valor
Porque tudo o que alcançamos se desmancha
Ao cair de mais um dia
E ainda assim sorrimos ao pouco que nos resta:
Esse cinzento amanhecer
Seguido de mais um velho dia
Como se fossemos tocados
Pelos ventos da melancolia...
Priscila de Athaides – 01/09/04
quinta-feira, 21 de junho de 2007
After Forever - Beautiful Emptiness
with all your accusationsand compunction
I can't suffer this duress from someone
so depraved and selfish.
You embody all that i've been through
Without you I am sure I will be loved
(child, verse) My existence iconforms to your distress
Your ambition the cause of mine
A disruption. I'm nothing, even less.
Misfortunes never come singly, and I was there to
stay.
(Child, Chorus) You don't allow me a single place,
nor any love into your lives.
An unperceived, annoying presence you'd rather ignore
But in my life you know you'll leave a beautifull
emptiness.
(child, verse) Where you used to be
Imporent screams
will turn into the love of silence
My liberation, then silence
will be perfect and pure.
It's all in my dreams;
I'll remove you
and all our mutual disgust.
(child, grunts) In my dreams,
I solve the problem by removing it
My wish is to see you grovel
like you once forced me to!
There's no other way, here's my course of life
A path without the sickening trace of you
I need the beauty of a cleared, pure world
This eternal interruption of your rash life can save
me!
(child, chorus) You don't allow me a single place,
nor any love into your lives.
An unperceived, annoying presence you'd rather ignore
But in my life you know you'll leave a beautifull
emptiness.
(child) It's sad to feel you don't believe in love
It's sad that you're so cold.
and I'll be the same if you keep on poisoning my life
Drowning in self sacrificing visions
When you're gone, than we will all be released.
It's sad; my life has been like hell so far
It's sad that you're the cause
And I'll be cured in this beautifull, empty world
Floating, floating away with your perilous visions and
hate
When you're gone, silence will fill up the emptiness
When you're gone, we all will be released
(child, grunts) In my dreams I shall rinse my body and
soul
My wish the accomplishment lies here before me in my
hands
I will be released from your accusing eyes
and torrents of verbal abuse
You'll know the causes are your own mistakes
while life flows out of you
and exempts me forever
terça-feira, 19 de junho de 2007
Nada mais...
Que beijam os teus pés
Como as lágrimas que beijam os meus lábios
E as palavras que sufocam a minha garganta.
Nada mais serei do que o doce das tuas lembranças
Incandescendo o teu corpo
Nos momentos de solidão
Serei o corpo sem alma
E ainda assim
Serás a alma da minha existência
Como a manhã que me acorda
Em silêncio...
Já não sei como será o meu amanhã
Mas sei que hoje tudo terminará perfeito
E depois tudo parecerá errado
Porque amar é um erro
Quando solitário
E ainda que te vejas em meus olhos
Perceberás que eu te perdi por um momento
Quando o mundo era tempestade
E os dias, trovão
Eu fraquejei nos momentos vãos
Me deixei gelar com os teus olhos
Mas amor queima quando não quer ser apagado
E quando tudo era distância
Eu me encontrei por segundos brilhando em teu olhar
E redescobri esperança...
Nada mais sou do que espera
E tu serás o desejado
Até que o meu corpo seja reduzido a pedra
E meus sonhos a nada mais...
Priscila de Athaides – 15/07/03
Dentro de mim
Parece que estou tão longe daqui...
Nada o arranca de dentro de mim
Onde eu estou que nada posso fazer?
Eu fecho os olhos e há apenas você
E nada mais se encontra no meu interior
Tão perfeitamente encaixado
Respirando e vivendo
E me marcando por dentro...
Eu quero me encontrar em seus olhos
Tão perdida quanto você está nos meus
E quem sou eu além de você?
Meu anjo e meu demônio
Minha verdade e minha mentira
Meu ar que me enche o peito
Com longos e árduos suspiros
E sem você eu não respiro
Me sinto tão perdida
E tudo isso parece loucura
Tomando conta do meu ser
Dia após dia!
Eu não quero mais perdê-lo
Porque é como se eu perdesse
Um pedaço que me completa
E que sem ele eu já não sei viver
Dói...
Priscila de Athaides – 28/10/03
Como o vento
Eu o abraçarei
E sentirei o pesar das horas nos seus ombros
Você, tão concentrado no mundo lá fora
Não enxergará o que foi construído aqui dentro
Então eu passarei como o vento
Tão vazio e invisível
Diante dos seus olhos
E você verá como as horas curam as feridas
Mas não cura a dor...
Sem querer eu marcarei a minha presença no seu coração
E você sentirá ele pesado
Porque sente que há algo errado
E não sabe o que...
Quando foi que eu decidi passar?
Quando você decidirá me alcançar?
Acho que há algo de errado com o tempo
Quando foi decidido que esquecer é mais fácil
E que é errado esperar...
Sei que eu caminharei para o esquecimento
Todas essas vezes que eu o abraçar
Não quero mais tentar te dizer
O que já foi espalhado
O que há de errado com a minha dor
Quero apenas fechar os olhos
E sentir que tudo já passou...
Priscila de Athaides – 02/10/04
O poeta e o papel
P.S. Shino, mto obrigada por existir em minha vida e extrair de mim o q há de melhor, naum desapareça... Te amo meu amigo!!!
E obrigada a todos os meus amigos... sinto falta de todos...
E ah Ju... se vc aparecer por aqui... poxa, soh te vejo em sonhos agora... Vê se aparece! Te amo mto mto msm, vc faz parte da minha vida desde q me entendo por gente, naum suma mais pleaseeeeee!!!
O maior medo de um poeta é olhar para uma página em branco e ela não lhe dizer nada, porque um poeta conversa com as páginas, num quase monólogo onde as páginas falam e o poeta escuta e assimila em sua mente aquelas palavras que fervem, e então ele descobre que não há prazer igual a esse...
Ah... Mas Quando as palavras se recusam a despirem-se, o poeta enlouquece, quer inventar, quer se inspirar, quer encontrar uma musa, um momento, qualquer coisa que lhe dê respostas, mas o único que ditará para ele o que fazer são aquelas páginas que se recusam a responder, e isso o tortura, parece que mata-o por dentro! Mas basta um segundo e tudo parece perfeito... Flui como a nascente de um rio, e se transforma num verdadeiro mar de êxtase e orgulho... Apenas um segundo para o poeta transformar todos os seus momentos, sejam eles bons ou maus, em belíssimas palavras, e espalhar naquelas tristes páginas brancas segredos revelados, segredos que as vezes só ele entende, segredos que os outros reinventam, mas segredos que ali se encontram para qualquer um ler. O poeta escreve para ele, para todos, para os outros e tantos se encontram ali, tantos se vêem desprezados e isso não importa, porque naquele papel, antes tão branco, agora se encontra a sua obra, unicamente especial, e esse é o maior prazer do poeta, saber que como aquele existirão vários, mas nunca o mesmo. E para o poeta não importa se a obra é ruim, se é maravilhosa, para ele aquelas palavras são deles, saídas de uma folha branca de papel. Quem nunca escreveu uma única linha de um poema, jamais saberá do prazer de se ver completando aquela página vazia, das formas, das rimas ou não-rimas, dos temas, das flores, dos arco-íris, dos passarinhos azuis, verdes, cor-de-rosa, das cachoeiras, do amor que rima com dor, do sangue, do tormento, da solidão, da saudade, do medo, de tudo aquilo que alguém é feito, jogados numa folha de papel. E esse é o maior medo de um poeta, perder esse prazer de se ver numa folha de papel, porque ao enxergar todo aquele branco, ele tem medo de se perder também.
Priscila de Athaides – 09/04/04
A arte de estragar tudo
Agora sei o que é estar perdida
Quando a noite é fria demais, solitária demais
E tudo está longe de ser alcançado
De repente tudo passa como um fleche, e tudo passa como erro...
A custo de que?
De estar aqui, perdida...
E de saber que nunca estive aqui,
Porque fui incapaz de entender até mesmo os meus desejos
Fui capaz de me abandonar e me deixar abandonar.
Diante de qualquer coisa que me serviu como suporte
Eu soube ser cruel, pequena, leviana...
Não aprendi a valorizar
Nem as pequenas e nem as coisas grandes
E ceguei os meus olhos até mesmo para mim
E eu me pergunto se vale a pena abrir os olhos novamente
Quando mais uma vez eu quero sumir...
[Priscila de Athaides – 10/09/2006]
Espelho
Quem eu olho não sou eu
Sou eu a partir de meus olhos
Mas do outro lado não sou eu
O espelho que me olha
Quem ele olha não sou eu
Sou eu a partir de meus olhos
Mas nos olhos dele não sou eu
Quem és por trás do espelho
Que não és como vejo eu?
Reflete em ti a minha imagem
Mas a imagem não sou eu
Porque me vejo em ti
Se nunca serás eu?
O espelho em que me olho
Em mim não vê o que sou eu
Priscila de Athaides
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Sonho Azul
Você é o meu sonho azul
Que me sussurra momentos que não são meus
E me cerca com sentimentos maiores do que eu
Eu até poderia desistir de sonhar
Como os meus sentimentos voláteis
Que me abandonaram há tempos atrás
Mas eu me deixo levar com o tempo
E ele me leva pra perto de você
...Meu lindo sonho azul...
Tudo parece estar no lugar
Mas não está
Eu estou mudando por dentro
Crescendo
E está tudo mais claro agora
Que o meu mundo colidiu com o seu...
Deságüe em mim
Como um sonho liquido
De um azul vivo
Afogando as minhas horas em você
Me mate de tanto te ter
Sonho azul...
Momentos que não são meus
Mas estão aqui
Viajando em mim...
Priscila de Athaides – 18/06/07
Ship Of Luna - Therion
q jah tive o prazer de ver estava no céu,
assustadoramente linda... uma das visões q nunca
mais terei na minha vida...
E essa era a trilha sonora naquela noite:
Over the nightsky
Sail Ship of Luna!
Taking the spirits
Into the new day
Dance Moonbeam, be my guide
Trough the calm of the night
Lady Moon so cold so bright
Sail with your ship
Maid Luna, steer to the dream
Waters of the mind
Flow across the time
(And) there sail the moon
Hera and Hecate
luna and Aradia
Sail, fantasy
In the dark and the calm!
Steer ship of moon
To the land of my dreams
Fragmentada
Em pequenos pedaços
Como um espelho quebrado
Meus pés já não suportam
A dor de carregar o meu mundo
E eu sangro
Com as minhas próprias palavras
Quem estará aqui
Quando eu parar de respirar?
Eu estou me dissipando
Em meio a névoa
Que me leva
Minha alma está tão longe
E tão perdida
Que já não a sinto mais em mim
Onde eu estou dentro de meus olhos?
Onde eu me perdi em meu interior?
Quem segurará as minhas mãos
Quando eu não tiver forças?
Eu estou caindo
E me partindo
Como os sonhos que eu abandonei
E eu me abandonei
Eu não estarei aqui
Quando eu precisar de mim...
Priscila de Athaides – 29/09/03
Quero
Em tudo aquilo que eu sou
Viver intensamente os meus momentos
Sorrir no auge da felicidade
Chorar no mais profundo da dor
Quero me apaixonar pela pessoa
Do outro lado do espelho
E saber, finalmente,
Como é ser amada de volta
No mais real do amor
Quero cantar até aonde a minha voz agüenta
E fazer com que todos me escutem
Quero saber quem eu sou
E mostrar como estou
Para o mundo inteiro
Quero abrir a minha alma
E saber o que há lá dentro
Quero encontrar poesia
Nas lágrimas dos meus olhos
E curar as feridas
Que ainda sangram em meu peito
Eu quero estar
Não quero ser
Porque eu sou momento
Não mostro metade do que eu tenho...
Priscila de Athaides – 03/04/03
Doces Mentiras
Escorrem de seus lábios tão docemente
E invadem os meus olhos como quimera
Tantas palavras, tantas promessas
Que eu derramo de meus olhos agora
E me prometo nunca mais...
Outra mentira!
Nos meus olhos eu guardo as lembranças
Das palavras que me foram ditas
E que não querem ir embora
Porque eu estou enfeitiçada
Com suas doces mentiras
Tantos sonhos, tanta espera
Que se resumem a nada
Mas que me tomam a mente
Com esperados amanhãs
Que nunca virão.
Suas palavras ainda ecoam
No fundo da minha alma
E nada me faz mais triste agora
Do que saber que sonhar é tudo o que me resta
E que você é apenas
A minha doce mentira!
Priscila de Athaides – 03/11/03
Trapaceiro
Loucos, tão perdidos em si
O mundo ao seu redor nunca é o bastante
E as estrelas nunca serão o suficiente
Quem é você desse lado do espelho?
E quem sobrará se eu quebrá-lo?
Suas palavras estão tão perdidas
Que o seu silêncio fala por elas
Quem é você em você mesmo
Esmagado em suas próprias mentiras?
O que você vê quando se vê
Além daquele refletido no espelho?
Fragmentos do que você é
Fragmentos do que foi inventado
Você é as suas mentiras
Trapaceando você mesmo.
Priscila de Athaides – 14/10/03
Quem é você?
Quem é você?
Alguém que chegou do nada
Me arrancando o fôlego
E deixando lágrimas...
Eu já o marquei em meu corpo
O mergulhei em meu sangue
O derramei em meu rosto
Você me tem perdida nas horas
Entorpece os meus sonhos
Mergulhando o meu mundo em sombras
Em dúvidas que me arrancam as palavras
Os seus olhos me prendem em labirintos
Me enganando com trapaças rotineiras
Eu me perco na loucura que é estar querendo-o
E me encontro em prantos
Confusa com o pouco que eu te arranco
Me iludo com os seus sorrisos
Tão lindos!
E me vejo assim, tão tola
Buscando quebrar o silêncio
Correndo atrás de pistas
Encontrando sofrimento.
Quem é você que me ignora
Como se eu não fizesse efeito?
Você é o meu suave veneno
Me matando de gota em gota
E me mantendo como um segredo
Quem é você que não quer que eu vá embora
E não quer que eu fique também?
Eu não pretendo partir agora
Enquanto procuro respostas
Me responda: Quem é você?
Priscila de Athaides – 12/05/03
The Gathering - In Power We Entrust The Love Advocated (cover)
Adoro essa musica, cover do 'Dead Can Dance' cantada pela Anneke do 'The Gathering'... Mto linda a letra, mto melancolica a musica:
Sail on silver wings
through this storm
what fortune love may bring
back to my arms again
the love of a former golden age.
I am disabled by fears concerning which course to
take.
For, now that wheels are turning,
I find my faith deserting me...
This night is filledwith cries of
dispossessed children in search of Paradise.
A sign of unresolve that,
envisioned, drives the pinwheel on-and-on.
I am disabled by fears concerning which course to
take.
When memory bears witness to
the innocence, consumed in dying rage!
The way lies through our love;
there can be no other means to the end,
or keys to my heart...
You will never find,
You will never find!