segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Os seus dedos
Hoje eu quero esse vermelho
Que mancha os seus dentes,
Quero essa escrita exposta,
Os seus dedos pequenos.
Dedos, tirem-me daqui,
Porque aqui é só vontade,
E o concreto dessa poesia
È o incerto, é um talvez,
Um desejo que silencia,
Um desejo que desperta outro eu.
Dedos que eu sonho
Passeando nessa tecla,
Um minuto é eterno,
Um sim é toda vida em segundos,
Palavras, todas as respostas e perguntas.
Os rostos em meus olhos
Tornam-me enraivecida,
Eu quero esse vermelho só para mim,
E então eu espero,
Porque a pele treme,
O peito dói,
E as palavras enlouquecem
Assistindo o dia que se esvai,
Os olhos machucam a garganta,
Talvez mais tarde, talvez amanhã...
Hoje eu quero ouvir os seus dedos!
Priscila de Athaides - 10/11/2008
sábado, 25 de outubro de 2008
Construtivismo
Conhecimento complexo
Origem ortodoxa
Natureza niilista
Saturação segmentada
Transformação trancendental.
Razão ramificada
Unificação universal
Técnicas temáticas
Interesse interativo
Verdade vórtices.
Inconstante imprenscindível
Seleções sacramentadas
Maleáveis mensagens
Observando orientados.
Priscila de Athaides - 25/10/2008
Paper Bag - Tradução by me
Procurando uma estrela
Para rezar, para desejar
Ou qualquer outra coisa.
Eu estava sonhando acordada,
Pensando em um rapaz,
Que eu sabia não ter chances.
Então o pombo da paz
Começou a descer lentamente,
E por um momento acreditei
Que minhas chances aumentavam.
Mas quando se aproximava,
Assim desciam as minhas lágrimas.
Eu achava que era um pássaro,
Mas era apenas um saco de papel
A fome dói,
E eu o quero tanto que me mata,
Pois eu sei que sou uma confusão
Que ele não quer arrumar.
Eu tenho que me concentrar
Já que suas mãos são importantes demais
Para apertar.
A fome dói, mas é necessária,
Quando se custa muito amar
E eu enlouqueci novamente hoje
Procurando me apegar a algo,
Procurando por um pouco de esperança.
Meu amor disse que não poderia ficar,
Não poderia me beijar,
E falhar beijar é falhar em lutar.
Eu disse: “Querido não me sinto bem,
Não me sinto justificada.
Venha aqui e coloque um pouco de amor
Em meu vazio.”
Ele disse: “Está tudo na sua cabeça!”
E eu disse: “Assim como tudo...”
Mas ele não entendeu.
Eu achei que ele era um homem,
Mas ele era apenas um garotinho.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Releitura: Ausência
Vou deixar que acabe em mim
Porque sinto que meu esforço
Será em vão.
Tu te tornaste
A minha própria pessoa
E eu sinto que em meu gesto
Existe o teu gesto
E em minha voz,
A tua voz.
Não te quero ter
Porque tudo aquilo em que acreditei
Seria desperdiçado
Quero que sejas apenas o meu nada.
Deixarei que se vá
Assim encontrarás outros amores
Beijarás outros lábios
E serão outros corpos que irás amar.
Mas aquela que tanto te amou, fui eu
Porque foi com o teu amor que sonhei
Porque beijei outros lábios pensando em ti
E amarei outros corpos como se fossem o teu
E fui eu que em face a solidão
Me deixei desejar isso
Mesmo sabendo que de ti nada teria.
Ainda assim
Eu fui aquela que mais te teve
Porque todo o silêncio
Todas as canções
Todas as lágrimas
Serás tu, em mim
Priscila de Athaides – 10/04/02
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Dissolved Girl
Shame, such a shame
I think I kind of lost myself again
Day, yesterday
Really should be leaving but I stay
Say, say my name
I need a little love to ease the pain
I need a little love to ease the pain
It's easy to remember when it came
'Cause it feels like I've been
I've been here before
You are not my savior
But I still don't go
Feels like something
That I've done before
I could fake it
But I still want more
Fade, made to fade
Passion's overrated anyway
Say, say my name
I need a little love to ease the pain
I need a little love to ease the pain
It's easy to remember when it came
'Cause it feels like I've been
I've been here before
You are not my savior
But I still don't go, oh
I feel live something
That I've done before
I could fake it
But I still want more, oh.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Quebrada
Tinha todas as horas escorrendo pelas mãos, podia ver o tempo se manifestar nas rugas dos olhos de todos. Um dia ela sabia os seus nomes, naquela tarde não importava. Ela podia correr com os seus olhos o céu e o chão, a tarde parecia amarela, com os raios de sol penetrando o seu quarto e mudando a cor das paredes, era tudo dourado, e seus lábios estavam vermelhos, saborosos.
Então ela pensou consigo mesma: O que torna a vida tão fascinante? O que faz que todos os dias os pássaros cantem passeando em sua janela, as pessoas saírem para falar sempre das mesmas coisas, sempre tão previsíveis? O que faz o sol continuar o seu percurso? O que a faz ver as cores tão limitadas e tão belas?
Os seus braços se agarraram a janela e ela pensou: O que faz voar ser algo tão impossível? Então imaginou o vento tocando toda a extensão do seu corpo, invadindo-a por dentro, preenchendo o vazio de suas entranhas, sentia o sol queimando suavemente a sua pele, todos os seus sentidos aprimorando e então se viu colidindo, espalhando-se pelo chão, a espinha quebrando-se, todo o seu corpo morrendo, servindo de carne para os vermes. E então mais nada...
Abriu os olhos, se viu em pé no seu quarto, sentindo o sol no seu rosto e se perguntou qual era o sentido daquilo tudo. O sentido de viver e se desfazer tão fragilmente. Ela já estava quebrada por dentro.
Não sou eu
Apimentados
Comemos com prazer
Digerimos com nojo
Somos efêmeros
Sem mente, sem história
Sem nome
Somos sem tempo
Um breve momento
Descansamos em paz
Olhos abertos, olhos fechados
Não há ninguém
Olhamos pra nós
E aquele que chora
E aquele que ri
Não queremos ver
Não queremos sentir
E que descanse em nós a solidão
Pois não há ninguém em nossas camas
Apenas carne
Apenas calor
Às vezes o mesmo rosto
Às vezes tantos
Às vezes nenhum
Sentimos aquilo que nos convêm
E o que é projetado no outro
E não reflete em nós
É exilado para sempre,
O outro que não sou eu.
Até o anoitecer da vida
Apagar o sol em nós
Priscila de Athaides – 06/10/2008
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
O tempo
O tempo futuro penoso,
O tempo presente não vê,
Transtornado.
As horas e as portas
Transpassam trancadas
E olhos desviam-se
Como já não vêem nada.
As cercas e a as janelas
Permanecem cerradas
E a mente carregada de pó
Alenta-se de orvalhos sufocados.
E os olhos alertam-se para o passado
Eu ouço os dentes enfurecidos
E as frases atravessam as mãos
Sugadas pela terra acidentada.
E então os passos ensurdecem
É longa a estrada e o resto se foi
Permaneço no tempo parado
Mergulhando em tempo nenhum.
Priscila de Athaides – 05/09/2008
Azul do Vento
Espalhar-se em minhas narinas,
Como a cor azul
Eu sinto que o vento passa e fica
Deslocando-se em minha pele
No meu pranto nú.
Eu vejo as luzes se acenderem
De tons vermelhos e amarelos
Ascendem-se em teu sorriso esmero
Teus olhos, teus olhos
Amendoados de lágrimas outrora cruas,
E eu te alcanço como um demônio
Ao ver-te partir e me partir entrelaçada
Em tua eterna lembrança
Que esvai-se nas trevas do tempo.
Vejo-o sempre distante
Ainda que os órgãos se encontrem
Em fugaz momento traiçoeiro
Te aguardando primitiva,
Então perco-me no azul do vento.
Priscila de Athaides – 05/09/2008
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Regida a Morfeus
Como uma succubus desesperada
Transcendendo a carne
De fluídos incandescentes...
Eu te busco por toda a noite
Insaciável e ardente
Transportando o presente
Do seu corpo ausente
Para o meu mundo interno
De fantasias carnais.
Todas as noites Morfeus me busca
Fantasiado em teu rosto
Imitando o seu corpo
Com as mesmas partículas
Que me arrepiam a pele
Transbordando em meu gozo
Os seus lábios que me buscam
Frenéticos e irreais
Queimando a minha pele
De divinas vibrações...
Você me encontra todas as noites
Mergulhada em êxtase
De sua pele vazia
Que me hipnotiza para além da vida
Me fragmentando em infinitas células
Para inundar você
E procurar ser aquela
Que te embriaga a mente
Com desejos sublimes
Para te entorpecer...
Priscila de Athaides Ribeiro – 16/07/2008
terça-feira, 1 de julho de 2008
Come Over Me
Come over me
I wanna hear your breath
I wanna hear you scream
You can’t hurt me
You can’t go away
When I touch you
I can feel you’re scared
So come over me
You can’t run away
Let me test your sweat
Falling down your neck
Oh I can make you cry
Make you feel pain
Don’t you think is fine
That is on my way?
So come over me
Come over me
I wanna hear your breath
I wanna make you scream
Priscila de Athaides – 06/06/2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
A noise severe
Slip away
From my hands
All the away
My heart pounds like none
I feel it slip
Slip away
Why am i?
Why am i here?
So distant from
My old life
My heart feels so sad
What am i doing here?
Doing here
You see i'm riding endlessly
What will become of me?
This higher power knows
You see i'm waiting patiently
And what this means to me?
Nobody ever knows
No...
You see in all the warmth i feel
Is this the end of me?
Only i should know
Mine
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Querido
Querido,
Não quero abrir os teus olhos
Pois os meus estão pelo avesso.
Eu te beijo
Embriagada de pensamentos tortos,
Te entrego verdades-delírio,
Para o despertar me roubar as lembranças
E não me denunciar,
Já que me prometi não prometer mais amor
E todos têm a minha promessa!
Não quero mais dizer adeus...
Querido,
Eu me embaraço nos laços do tempo
Buscando estabilidade.
Voar pede repouso
Quando a alma pesa
E o solo liquifica-se
Para o meu corpo pesado
De sonhos perdidos
No tempo em que os nervos gritavam...
Querido,
Eu te vejo soprar minhas vontades
Em meus sonhos-silêncio,
Eu corro você em meus poros
Alternada em orgulho e desejo.
Perder assumiu a culpa
De todas as palavras precipitadas,
E hoje está em meu inconsciente
Um natal de promessas frustradas.
E querido,
Eu não te culpo,
Não mais do que eu.
Eu dispenso todas as nódoas
Que não foram nossas,
Que foram venenos,
Porque agora eu só tenho o tempo,
Ilusório relógio que se repete
No mar de ressaca
Dos momentos distorcidos.
E não espero que o tempo retorne
Porque o passado já foi perdido...
Priscila de Athaides – 21/04/2008
sábado, 12 de abril de 2008
Triste
Que me diminui infantilmente
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Pó temporal
Pólos atômicos de atração marítima
Anos solares, cientificação material.
Vida barrosa,
Sopro silencioso
Primitivismo alegórico.
Mente frutífera
Iluminação rastejante
Visionário mundo ocular
Centro neurótico
Fertilização cerebral
Condenação sofística,
Retórica subliminar.
Tempo, pó espalhado,
Microscópico permanente
Chronos silenciado
Ocultado
Sujeira blasfêmica
Prisão bibliotecal vaticana
Arquivamento Constantino
Loucura espiritual.
Degeneração da lógica:
‘O mundo é uma festa bestial
De jalecos laboratoriais’
- Sacro indelével.
Tradições falídas,
De ocidentalização ilusória,
Tempo linear
De inverdades históricas.
Priscila de Athaides – 11/08/2008
terça-feira, 8 de abril de 2008
Suspiria
O coração bombeia
O último respiro sofrido,
O pesado respirar mortífero
Da mãe dos suspiros.
A dança da morta viva,
A bailarina despida
De pés sangrentos,
Movimentos entorpecidos,
Sangue azul avermelhado
Vermelho sangue
Guache aguado.
Escondido na íris azulada,
Labirintos deformados
Conhecimentos cautelosos,
Bruxaria condenada,
Da rainha negra,
A bruxa, putrificada
Alma vazia degenerada.
Afundando em um mar metálico
Nos fios cortantes de prisão carnal,
Respira pesadamente
Pelo som da lâmina manchada,
Vermelho sangue secular,
Liberdade desesperada,
Liberdade não alcançada,
Partindo os vitrais
De passados exagerados
Imaginário camuflado
De magia maléfica,
As três mães,
As três deusas,
As três bruxas,
A lágrima,
O suspiro,
As trevas,
A mãe suspiria nascida
No imaginário visionário distorcido,
A poética da morte por mãos
Que etérea o mundo sobrenatural.
Quem tem medo de Helena Markus?
Priscila de Athaides – 08/04/2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Às vezes penso...
Às vezes penso que morri
E o mundo é a minha criação mental
Fingindo que o sangue ainda corre
Coagulando o meu coração vital.
Às vezes penso que sou vigiada
Nesse gélido mundo distorcido
Que a negligência é fingimento
Para tornar o crescimento sofrido.
Às vezes penso que sou mecanizada
Movida a encaixes parafusais
O mundo me enxerga robótica
Com idéias massificas numerais.
Às vezes penso que morri
Sequei a paixão do despertar
Vejo as horas ilusórias
Negar-me a vontade de sonhar.
Priscila de Athaídes – 02/04/2008
Me digas
Me digas, que dúvidas tens?
Te digo: - Respostas não tenho.
O mundo no qual caminhamos
É uma rocha flutuante
Em sua instabilidade tectônica
Que dizem ferver por dentro
Mas a encontramos oca
De livres pensamentos.
Me digas, o que sonhas?
Te digo: - Estão longe daqui...
São sonhos em preto e branco
Uma selvageria material,
Estamos apenas caminhando
Em torno dos que ditam as leis
Que são metamorfoses
E uniformizantes mentais.
Me digas, o que temes?
Te digo: - Tememos a morte carnal!
O obscuro sentimento
De irressurreição espiritual
Distorcido no limitado conhecimento
De formas adiposas, epidérmicas.
Eu temo a minha fragmentação,
Dependência do meu mundo irreal.
Me digas as suas respostas,
Te digo: dúvidas eu tenho...
Essas são eternas,
Enquanto o eterno é alcançável.
Sinto muito te dizer
Que tudo isso é inútil
Apenas a necessidade do saber
Até tornarmo-nos mudos.
Priscila de Athaides – 02/04/2008
terça-feira, 1 de abril de 2008
O mártir das bestas
Um coro de crianças choram
Num paralelismo surreal,
É a grande besta,
O mártir da inocência auroreal.
Aproxima-se dos sentidos
Notícias dos mundos distantes,
Interioridade filosofal,
Caminha nos sonhos proféticos
Com sabedorias distorcidas
De um pré-formato embrionário,
O coro das crianças perdidas,
Que enevoa-se na implosão da vida
E se esvai no subconsciente massal.
É as inverdades perdidas,
Os não-registros coloquiais,
É o choro sofrido
De carregar o grande mundo perdido,
A clamação da necessidade crençal
Tomadas por retóricas vazias,
Sentimento de conforto,
Temor por castigo espiritual.
O nada torna-se real
Quando une-se ao senso comum,
É o sentimento do mundo,
Uma máquina que gira
Na nossa mente carnal.
E na intensa busca
De rupturas imaginárias
A grande besta clama o seu canto
De mórbidas visões corrosivas
Da nossa dita sabedoria
De declinação crescente
No inconsciente memorial.
E eis que escutamos os coros
Das crianças marginais.
Priscila de Athaides – 01/04/2008
segunda-feira, 31 de março de 2008
Aquarius
O universo move-se constante
Fio invisível de gravidade determinante
Crescimento expansivo
Einsteinismo
Longe do livre arbítrio humano.
As estrelas brilham além
Do ego carnal e do véu divino,
Em um mundo pré-diluviano
Alinha-se a sabedoria astral,
O astro brilhante galatical,
Tempestuando radiações destrutivas.
Das submersas sabedorias ocultas,
Flutuantes no arco da grande vida,
Distancia-se o olhar civil capitalista
Que enxerga pedras monumentais
Desacreditando na fortuna fatídica
Prevista na combustão da luz ancestral,
Conhecimentos que transcendem as escritas
Dos desérticos nômades pós-Noésistas
Fora do médio passado perdido
De re-começos destrutivos,
A sabedoria monoteísta unilateral.
E fecha-se o ciclo Chronos
Eterno retorno, infinito fatal,
É chegada a era das dádivas etéreas
A era da revelação mental.
Priscila de Athaides – 31/03/2008
sábado, 29 de março de 2008
Intertextualidade
Lenore - Edgar Allan Poe
Ah, broken is the golden bowl! the spirit flown forever!
Let the bell toll! -a saintly soul floats on the Stygian river -
And, Guy De Vere, hast thou no tear? -weep now or never more!
See! on yon drear and rigid bier low lies thy love, Lenore!
Come! let the burial rite be read -the funeral song be sung! -
An anthem for the queenliest dead that ever died so young -
A dirge for her, the doubly dead in that she died so young.
"Wretches! ye loved her for her wealth and hated her for her pride,
And when she fell in feeble health, ye blessed her -that she died!
How shall the ritual, then, be read? -the requiem how be sung
By you -by yours, the evil eye, -by yours, the slanderous tongue
That did to death the innocence that died, and died so young?"
Peccavimus; but rave not thus! and let a Sabbath song
Go up to God so solemnly the dead may feel no wrong!
The sweet Lenore hath "gone before," with Hope, that flew beside,
Leaving thee wild for the dear child that should have been thy bride -
For her, the fair and debonnaire, that now so lowly lies,
The life upon her yellow hair but not within her eyes -
The life still there, upon her hair -the death upon her eyes.
Avaunt! tonight my heart is light. No dirge will I upraise,
But waft the angel on her flight with a paean of old days!
Let no bell toll! -lest her sweet soul, amid its hallowed mirth,
Should catch the note, as it doth float up from the damned Earth.
To friends above, from fiends below, the indignant ghost is riven -
From Hell unto a high estate far up within the Heaven -
From grief and groan to a golden throne beside the King of Heaven."
My lost lenore - Tristania
Dancing heart I mourn
My lost desire
Dancing heart I mourn
Rape the soul forever
For thy promise bewailed
by her raveneyes
by her beauty and a scarlet sunrise
May thy river bury her silvertears
A fallen angel... enshrined in moonlit seas
Leaving vitality
so serene breeds my darkness
Entreating winterwinds
though I leave... I embrace thee
Winternight
Conceal thy precious angellore
I secrete my soul
Under thy wings of sorrow
Dark I embrace thy eyes
Wander lost on life's narrow path
I reveal my heart
To this beauty dressed in dark
When my shadows devotetly cast
My moon will rise with lost
Dancing heart I mourn
My lost desire
Dancing heart I mourn
Rape the soul forever
Grieving raveneyes
Falls asleep with the sunrise
Delightful midsummer breeze
Though I leave... I await thee
Winternight
Conceal thy precious angellore…
Grant me thy last midsummer breeze
May thou ascend from endless sleep
... my desire
Dance me above thy moonli seas
Glance yearningly into the deep
a cold and weary night
Winternight
Descending me like flakes of snow
I embrace the cold
For a life that morrows
Dark I embrace thy heart
Wanderer lost beyond veils of dawn
I conceal thy loss
Enthralled in life yet still I mourn
My lost Lenore...
sexta-feira, 28 de março de 2008
Atrofiado
Expõe a rasura da visão
Um mundo reto,
De circulos incompletos,
Um infinito entediante.
Sangue que corre
Como ventos monótonos,
A apatia de ir além
Voando por terras baixas,
O magnetismo da mente
Atraído pelo chão.
Rios concretos que trazem quedas,
Águas rasas e transparentes,
É tudo uma corrente
De realidade não sensorial.
Viver é um despertar adormecido
O meio que é apenas um meio
Quando os olhos se fecham
E a escuridão é total.
quarta-feira, 26 de março de 2008
Cordeiros
Os joelhos partem-se ao caminhar
É pesado continuar
Guiar-se pela brisa,
O sopro divino de auroras perdidas,
Torna-se difícil de sustentar.
E os cordeiros perdidos
Caem de precipícios
Enquanto as respostas de outrora,
Aquelas que já não viviam mais,
Parecem retornar
Como a fortuna maldita
De respostas que se completam
Sobre a luz do luar.
Os caminhos retornam
Como o infinito círculo,
O passado desfigura o presente,
Enquanto os olhares ocos
Da fé irracional
Enxerga o mundo por sombras
E partem-se fragmentados
Por conhecimentos alterados
De passado oceânico
E sabedoria vulgar.
Priscila de Athaides – 26/04/2008
sexta-feira, 14 de março de 2008
Ruas Laranjas
O respirar é sólido que desola
As pernas deslizam chumbosas
Qualquer calor que me encoste
O cheiro de pele quente
Me enoja, palpita
Os olhares parecem meus
Todos contra mim
E as mãos inchadas
Tocam coisas efêmeras
Tudo parece afastar-se
Da minha visão turva
Contornados por uma áurea
Ausente de todas as cores
Como pisar descalço
Em um asfalto fervente e pedregoso
Que chamamos caminho.
14/03/2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Trovejava
Ecoando aos tempos
Antes penumbrava
Hoje temporal
Pálido à face das memórias
Queria sorrir, mas chovia
E as pesadas águas causavam ondas
De um Netuno enfurecido
Queria gritar, mas silêncio...
A noite não rompia em dia
Trovejava e o tempo permanecia
Obscuro inconstante
O ar das cores ausentou-se
Era tudo a presença do fechar dos olhos
Por dentro trovejava, por fora escondia-se
E nem uma estrela brilhava...
Priscila de Athaides - 14/02/2008