quando eu fecho os olhos e me sinto enfeitiçada
é você em min
tão perfeita simetria, onde nasce a fantasia
num chão de alecrim
sou Alice fugitiva num País de Maravilhas
tomei do teu chá
doce veneno, forte apego
o ponteiro sempre busca o seu par
quando eu abro os olhos e me vejo nos teus braços,
você me levou
ao mais puro paraíso
como anjos que caíam do céu desse amor
somos nuvens passageiras
num universo de poeira
nadei no teu mar
livre o arbítrio, nosso infinito
você faz meu tempo parar
não é meia-noite
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
quando acordada, misturada nos lençóis
da manhã, sem te ver
ainda sinto o teu cheiro que ficou na minha pele
a Paz de te ter
somos parte dessa noite em que a gente
se fez um, é demais viajar
longe do óbvio, fora do tempo
te acalento na solidão
não é meia-noite
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
e a razão do meu amor
eu vou iluminar o breu do teu céu
pra poder te ver
eu sou a canção do teu carrossel
a canoa do teu papel
não é o fim do mundo
nem será
a última estória, olha
pra onde eu for
você faz parte do que eu sou
e é pra sempre que você será
a razão dos meus sonhos,
sonhos pra despertar
te perder primeiro então te encontrar
e deixar a eternidade reinar
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Última Estória - Deborah Blando
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Pra Você
Eu vivo por você
Muito antes de te conhecer...
Nossos caminhos já estavam traçados
Através das pessoas que conhecemos
Das decepções que tivemos
De todas as certezas e incertezas
Das coisas que nos fizeram amadurecer
Pra então chegarmos a este ponto
Em que realmente nos encontramos
E vermos o quanto valorizamos o que temos agora
Porque crescemos com o tempo
Passamos por tudo o que passamos
Pra entendermos o que é estar amando verdadeiramente...
O seu nome está escrito na palma das minhas mãos
Nas linhas da minha vida
E eu sabia que era você quando eu o vi
E vi que todo o sentido de estar aqui
Era pra este momento
Em que encontrei você
Que sou eu
Que somos nós
Que somos um...
Priscila de Athaides – 28/08/2007
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Into Your Light
I've heard your song
And I've seen the light
In your eyes and it
Took me so long to see
Straight through the night
And through you ah
You're the depths of my own mind
And you're the heights of my creation
Wait for me, wait for me
Alone but strong when you're in my sight
Your love hit me like a stroke
Take me with you
Take me with you
Take me to that place ah
Where I feel so safe aaah
Into your light I dive
I've taken this step
And we're intimate now and I am
I am joining your world
A formation of love and you shine
Through me
Into your light
Enter my mind
Mermaid medium of light
For the morning that comes
For the orchid that grows
Love me against all odds
You defeated the doubt
That was stuck inside me
Into your light I dive
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Aurora
Aurora
Não sabes da tristeza que me trazes agora
Quando me despertas dos meus sonhos
E me lembras da amargura
Que se apossou da minha alma
Após o desvio daquele olhar
Ah! Maldita Aurora!
Não sabes que eu vivo em eterna escuridão?
Minhas lágrimas me contam histórias
Sobre aquele que se foi...
E agora a minha companheira és tu, aurora
E as tuas góticulas de orvalho
Que se espalham pela minha janela
Como nódoas do adeus...
Mas eu não posso enxergar a tua luz
Iluminando o meu negro quarto
Pois a tristeza me arrancou a visão
E me resta apenas um mundo gris
E tu, Aurora, que és solidão!
Priscila de Athaides – 12/04/2003
Solidão
Solidão...
Palavra que amarga o tempo
Que não passa
Palavra mal dita
Mal pronunciada
Que corre nas veias
Como lágrima
E explode a mente
Em tudo!
Em nada...
Solidão...
Palavra que impotencía
Que acaricía a face
Com unhas
Marcando...
Ferida que é carência
Paciência...
Palavra que é maldita
Que é ferida...
Priscila de Athaides - 21/03/2003
Eu sou
Não esperes que eu seja
Porque não..
Não me olhes
Não me grites
Não me toques
Eu sou
O que quer que eu seja...
Mas tu?
Nada...
O que pensas
O que olhas
O que gritas
O que tocas
Não sou...
Eu sou
Sem pânico
Sem horror
Mas o que eu sou
Não é
O que sou
Para ti...
Nada sou
Eu sou
O que soul
Priscila de Athaídes - 11/02/2003
Esses Olhos
Me Perdi
Eu me perdi
Dentro dos seus grandes olhos azuis
No primeiro momento em que eu te encarei
E senti que em você existia muito mais
Muito além do que eu poderia sonhar pra mim
E eu me deixei levar pela sua voz que ressoava
E pelos seus olhos que me procuravam
E então eu me perdi
Enquanto seguia a sua voz
Que soava docemente em meus ouvidos
E eu te procurei incessantemente
Porque eu senti você longe das minhas mãos
E eu quis te segurar firmemente
Falar de coisas que só você parece entender realmente
E então eu te encontrei
E me encontrei em você
Você que está tão longe daqui agora
E que está tão presente em meus pensamentos
Que me fala que também quer estar aqui
E me diz
Que não quer me deixar partir...
E eu não quero ir embora
Porque eu me perdi em você
E talvez não me encontre nunca mais
Se você se for...
Priscila de Athaides – 22/08/2007
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Eternal Return - Therion
Kronos is drumming
And time is running.
Enter the Aeon
And bring back the past
Wheel of fortuna
dancing with Shiva
Spin to the newborn
who live to the last.
The world is changing
And fall apart
End of the kingdom
And of the heart
The queen of the beauty (male choir: veil of time)
Now cold and pale
The sun is setting
The night prevail.
But fear not darkness
It's hidden light
And you will find it
shining with bright.
The time is running (male choir: veil of time)
The flame will burn
When today vanish
But all return.
Time will come to an end but bring back the start
again
Queen of time will rise again
And bring forth the fortune.
Wheel of time will whire around
And bring back the past.
A senhora da noite
Ela me encara
Com os seus grandes olhos coruja
Em seu longo vestido branco
Nessa escuridão que nos cerca...
Ela ilumina o meu caminho
E o seu canto me persegue
De norte a sul
Me enfeitiça com palavras divinas
Enquanto eu a sigo
Para um outro lugar do infinito...
Então ela levanta o véu dos meus olhos
E me mostra verdades escondidas
Entre o céu e a terra
Com a sua sublime voz
E sussurra o seu nome:
- Christabel, Carmilla, Lorelei, Sophia...
E quem sou eu em meio à névoa
Que cobre os caminhos
De um mundo que não queremos ver?
Já não sei mais...
Não há nada mais do que aquele encantador sorriso
Que destranca segredos
Me enfeitiçando com profecias perdidas no tempo
Me sufocando...
E ela me leva para um outro lugar
Além da terra
Além do mar
Onde o sol é negro
E seus raios penetram a mente
Frutas do conhecimento
E o meu mundo limitado
Já não me importa mais
Porque há apenas ela
Com as suas palavras que me afogam
Neste profundo mar negro
De loucura e conhecimento...
Priscila de Athaides – 16/08/2007
*Poema refeito do original “A garota” de 02/03/2005
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
A névoa
A cidade dorme em meio a névoa branca. Pra onde foram as luzes dos postes? Das casas que nunca dormem? Acabou a energia. Noite fria, sem lua, sem estrelas, sem luz. A névoa branca se espalha por toda a cidade, invade meu quarto, invade a cama, invade as cobertas, me invade. Aperto com força os olhos, não quero ver...é tão negra essa névoa branca. O que sinto? Frio... Eu estou congelando, o respirar fino... E a janela aberta.
O coração quase para, a névoa branca dentro de mim. O que é? A madrugada vazia, negra e a névoa vêm entrando branca, estranha.
Um sussurro... Um murmúrio...O corpo que não quer se mexer, os olhos que não querem abrir. Essa estranha névoa corre suas mãos em mim. Por minhas pernas, em minhas coxas, em meu sexo... Como é fria... Em minha barriga, por meus seios, em meu pescoço. O silêncio é quebrado por um grito. Dor... Tesão... Minhas mãos apertam com força a colcha. A camisola branca, os lençóis brancos... Agora vermelhos, manchados por negro sangue.
A névoa se vai, caminhando pelo frio chão do meu quarto, a névoa beija os meus brancos lábios e vai... A janela se fecha e eu abro meus mórbidos olhos... Lá está ela, me olhando da janela com a sua pálida face contra a face negra da madrugada e ela me sorri como criança e se vai arranhando as unhas na janela como as asas negras de um morcego.
E a manhã nunca mais virá... A camisola manchada, os lençóis manchados, a menina... Efêmera alma. E o que sobrou? A menina que dorme eTerna em sua cama branca, em sua cama sangue, em seu quarto maculado.
Reflexões
Devoro palavras e pensamentos
Alimento-me com o que me cerca
Com o que é despejado em meus olhos,
Em meus ouvidos,
Em minhas palavras,
Em minhas mãos,
Em minha alma,
Em tudo o que transpira de mim...
Sou isolada com idéias feitas
E delicio-me em desfazê-las
Olho ao redor e vejo muitos eus
Todos tão diferentes de mim
A mesma nação, a mesma escrita
A mesma cultura, as mesmas mentiras
A mesma ‘langue’, a mesma pátria
Outra ‘parole’, outras falas
Todos os mesmos
Diferentes entre si...
É tudo turvo ao meu redor
Mas eu procuro ver além
Me perco em pensamentos
Me encontro em outros rostos
Me encontro em mais ninguém
Eu sou criadora da minha fala
Despejo-me em outros olhos
Em muitas palavras
Toco muitas mãos
Perco-me em muitas almas
Transpiro tudo o que se passa em mim
Mas quem consegue ver?
Eu estou, não sou e tudo passa
Nessa roda da fortuna que não pára
Cada cabeça é um mundo
O mundo faz cada cabeça
Desconstruindo
Refazendo
Perdendo-se
Permanecendo...
Priscila de Athaides – 15/08/2007
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Momento Outono
- Migalha
- Folha
- Momento
- Teto
- Mão
- Influência
- Bola quadrada (???)
- Picos
- Amor
- Chuva
- Tempestade
- Verão
E aqui está o poema:
Entre os meus momentos de picos
Em que as minhas tristezas e alegrias tocam o teto
Sinto-me meeira em minhas buscas
Como se uma mão divina e sombria
Me carregasse entre as minhas dúvidas e certezas
Nessa minha mente, bola quadrada e confusa
Como se tudo estivesse encaixado, redondo
Quando tudo ainda está se transformando, crescendo...
Eu sinto as folhas da vida caírem em minha alma
Dessa árvore interna que carrega o meu mundo
Transformando os meus sonhos em uma sombria tempestade
E enquanto chove aqui dentro
Nesse momento outono
Que não é verão nem inverno
A minha vida parece transformar-se em migalhas
E enquanto eu não redescobrir todo o amor perdido em mim
Eu serei sempre outono
Entre esses meus momentos de picos.
Priscila de Athaides – 10/08/2007