As penas brancas permaneceram em minhas mãos
Enquanto as aves partiam
E eu as apertei junto à face
E me pareceram macias...
Caíam lentamente no chão
As penas das aves partidas
E eram levadas pelo vento
Tempestades vazias
Tempestades inteiras
E eu vi as aves morrerem
Caírem dos céus
Vi os vermes comendo-lhes a carne
Virarem pó
Serem varridas pelo tempo...
E eu, só
Vi o meu corpo desmontando
Por cima das penas brancas
Misturadas aos vermes
Mas tudo foi sendo levado
O pó, as penas, os vermes...
Pelas tempestades internas
Levadas embora com o tempo
Levadas embora por inteiro...
Priscila de Athaides – 17/09/2007
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