São negros os olhos que eu tenho
Negros, assim como a minha alma
Lanço aqui nesse momento
A minha fúria, a minha raiva
Negra é a língua que me fala
Podre, assim como as palavras
Destruindo os meus mais profundos sonhos
Transformando tudo em nada
Negro é o céu que me cobre
O meu mundo fora dos meus sonhos
Cobre todos os meus anseios
Destrói todos os meus planos
Negro é o meu coração latente
Cheio de ódio e amargura
Onde se esconderam os meus desejos?
Quando se acabou a minha ternura?
Priscila de Athaides – 19/11/2002
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