Éramos forjadores de olhares,
Nos tocávamos pela distância
Que o espaço nos ditava,
Não havia laços, não havia palavras,
Apenas o desejo de estarmos.
Éramos imitadores dos amantes
Procurando sentidos na pele,
Tínhamos os rostos cobertos
De falsas vontades errantes.
E então, já não mais somos,
E eu permaneço buscando no tempo sentidos,
Para ter no efêmero os seus olhos,
Que já me olham estranhos.
Então não te quero mais me procurando,
Tire os seus olhos de mim
Que em mim já não mais basta
Olhares para me diminuir.
O tempo cura e permanece
A memória de promessas vazias,
Entreguei-me para me encontrar perdida.
Nunca houve nada aí,
Não há mais nada aqui.
Priscila de Athaides – 17/09/2009
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