Querido,
Não quero abrir os teus olhos
Pois os meus estão pelo avesso.
Eu te beijo
Embriagada de pensamentos tortos,
Te entrego verdades-delírio,
Para o despertar me roubar as lembranças
E não me denunciar,
Já que me prometi não prometer mais amor
E todos têm a minha promessa!
Não quero mais dizer adeus...
Querido,
Eu me embaraço nos laços do tempo
Buscando estabilidade.
Voar pede repouso
Quando a alma pesa
E o solo liquifica-se
Para o meu corpo pesado
De sonhos perdidos
No tempo em que os nervos gritavam...
Querido,
Eu te vejo soprar minhas vontades
Em meus sonhos-silêncio,
Eu corro você em meus poros
Alternada em orgulho e desejo.
Perder assumiu a culpa
De todas as palavras precipitadas,
E hoje está em meu inconsciente
Um natal de promessas frustradas.
E querido,
Eu não te culpo,
Não mais do que eu.
Eu dispenso todas as nódoas
Que não foram nossas,
Que foram venenos,
Porque agora eu só tenho o tempo,
Ilusório relógio que se repete
No mar de ressaca
Dos momentos distorcidos.
E não espero que o tempo retorne
Porque o passado já foi perdido...
Priscila de Athaides – 21/04/2008
Um comentário:
Isso me pareceu meio familia...
So para confirmar... foi escrito pra mim?!
achei bonito de qlq jeito!
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