Um coro de crianças choram
Num paralelismo surreal,
É a grande besta,
O mártir da inocência auroreal.
Aproxima-se dos sentidos
Notícias dos mundos distantes,
Interioridade filosofal,
Caminha nos sonhos proféticos
Com sabedorias distorcidas
De um pré-formato embrionário,
O coro das crianças perdidas,
Que enevoa-se na implosão da vida
E se esvai no subconsciente massal.
É as inverdades perdidas,
Os não-registros coloquiais,
É o choro sofrido
De carregar o grande mundo perdido,
A clamação da necessidade crençal
Tomadas por retóricas vazias,
Sentimento de conforto,
Temor por castigo espiritual.
O nada torna-se real
Quando une-se ao senso comum,
É o sentimento do mundo,
Uma máquina que gira
Na nossa mente carnal.
E na intensa busca
De rupturas imaginárias
A grande besta clama o seu canto
De mórbidas visões corrosivas
Da nossa dita sabedoria
De declinação crescente
No inconsciente memorial.
E eis que escutamos os coros
Das crianças marginais.
Priscila de Athaides – 01/04/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário