terça-feira, 8 de abril de 2008

Suspiria


O coração bombeia

O último respiro sofrido,

O pesado respirar mortífero

Da mãe dos suspiros.

A dança da morta viva,

A bailarina despida

De pés sangrentos,

Movimentos entorpecidos,

Sangue azul avermelhado

Vermelho sangue

Guache aguado.

Escondido na íris azulada,

Labirintos deformados

Conhecimentos cautelosos,

Bruxaria condenada,

Da rainha negra,

A bruxa, putrificada

Alma vazia degenerada.

Afundando em um mar metálico

Nos fios cortantes de prisão carnal,

Respira pesadamente

Pelo som da lâmina manchada,

Vermelho sangue secular,

Liberdade desesperada,

Liberdade não alcançada,

Partindo os vitrais

De passados exagerados

Imaginário camuflado

De magia maléfica,

As três mães,

As três deusas,

As três bruxas,

A lágrima,

O suspiro,

As trevas,

A mãe suspiria nascida

No imaginário visionário distorcido,

A poética da morte por mãos

Que etérea o mundo sobrenatural.

Quem tem medo de Helena Markus?

Priscila de Athaides – 08/04/2008

Nenhum comentário: