Me digas, que dúvidas tens?
Te digo: - Respostas não tenho.
O mundo no qual caminhamos
É uma rocha flutuante
Em sua instabilidade tectônica
Que dizem ferver por dentro
Mas a encontramos oca
De livres pensamentos.
Me digas, o que sonhas?
Te digo: - Estão longe daqui...
São sonhos em preto e branco
Uma selvageria material,
Estamos apenas caminhando
Em torno dos que ditam as leis
Que são metamorfoses
E uniformizantes mentais.
Me digas, o que temes?
Te digo: - Tememos a morte carnal!
O obscuro sentimento
De irressurreição espiritual
Distorcido no limitado conhecimento
De formas adiposas, epidérmicas.
Eu temo a minha fragmentação,
Dependência do meu mundo irreal.
Me digas as suas respostas,
Te digo: dúvidas eu tenho...
Essas são eternas,
Enquanto o eterno é alcançável.
Sinto muito te dizer
Que tudo isso é inútil
Apenas a necessidade do saber
Até tornarmo-nos mudos.
Priscila de Athaides – 02/04/2008
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