quarta-feira, 2 de abril de 2008

Me digas

Me digas, que dúvidas tens?

Te digo: - Respostas não tenho.

O mundo no qual caminhamos

É uma rocha flutuante

Em sua instabilidade tectônica

Que dizem ferver por dentro

Mas a encontramos oca

De livres pensamentos.


Me digas, o que sonhas?

Te digo: - Estão longe daqui...

São sonhos em preto e branco

Uma selvageria material,

Estamos apenas caminhando

Em torno dos que ditam as leis

Que são metamorfoses

E uniformizantes mentais.


Me digas, o que temes?

Te digo: - Tememos a morte carnal!

O obscuro sentimento

De irressurreição espiritual

Distorcido no limitado conhecimento

De formas adiposas, epidérmicas.

Eu temo a minha fragmentação,

Dependência do meu mundo irreal.


Me digas as suas respostas,

Te digo: dúvidas eu tenho...

Essas são eternas,

Enquanto o eterno é alcançável.

Sinto muito te dizer

Que tudo isso é inútil

Apenas a necessidade do saber

Até tornarmo-nos mudos.

Priscila de Athaides – 02/04/2008

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