As multidões permanecem no caos
Barulhentas e passageiras
Por entre os asfaltos quentes e permanentes
Enquanto o horizonte muda a cada instante
Até se tornar invisível e frio
Quando a escuridão toma conta
E o caos permanece
Sempre do outro lado
Da janela estática e luminosa
Que transpassa cada átomo
Roubando os momentos vazios
Silenciando as palavras hipócritas
De resgate e humilhação
E dos sonhos que permeiam a todos
Sempre os mesmos.
E os que estão deste lado
Permanecem sentados, em letargia
Que parece congelar os momentos
Enquanto o vento corre entre as estações
E tudo parece igual
Tudo é igual
Menos o tempo
Que leva o próprio tempo
Até o momento em que o caos toma conta
E o asfalto parece próximo ao rosto
Que frio, beija a face
Quando caem os que deixaram a vida virar pó
Sentados naquele momento estático
Esperando a vida correr em seus corpos
Sem notar a própria vida.
Priscila de Athaides – 30/11/2007
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