Precisamos nos olhar no espelho
E perceber quem somos
Tudo o que nos cerca faz parte de nós
O povo, a cor, a terra, o gênero, os amores.
E quem somos?
Aquele que falará por nós
Precisa ter a nossa voz
Ou o que somos será comprimido, quebrado, estraçalhado
A ponto de não termos mais identidade
Ou corpos, ou vozes, ou mentes.
Os muros que nos separam são frágeis
E pouco a pouco serão derrubados
E quando esse dia chegar
Muitos de nós teremos as mãos manchadas de sangue
E não haverá água que as purifiquem
Apenas o peso das armas
O fogo que nos extinguirá
Nos reduzindo a uma lembrança distorcida
De tempos de paz.
O que fazer quando não houver saída?
Quando apunhalarmos todos que falavam por nós?
O que faremos?
Para onde iremos quando as fronteiras forem bloqueadas?
Ou como retornar quando não houver mais pátria?
O que estamos fazendo?
Priscila de Athaides – 05/102018
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