Depressão é uma sombra que te cobre lentamente,
Distorce os seus pensamentos,
Te entorpece o corpo, se disfarça de apatia
Te sussurra coisas absurdas
Te faz ninguém.
É o peso que ninguém sustenta,
A inconveniência dos seus sentimentos,
É estar envolta por uma solidão invasiva,
Se sentir perdida nas coisas que se ama
E se encontrar ferida nos detalhes que te constituem.
É o grito silencioso
Que todos fingem não ver,
A correnteza estagnada,
O fluxo mental que arrodeia os pesadelos,
Vívido, ainda que invisível.
É a vontade de estar só,
Se afundar na dor que te toma,
Não fazer sentido, mas ser toda a razão.
Os estilhaços grudados criando rachaduras
Aos poucos se desfazendo fragilmente.
Mas o tempo vem e destrói
Tudo aquilo que te inquieta a mente,
E reconstrói, memórias efêmeras
Feridas abertas,
Lições pragmáticas.
O tempo é o destruidor de todas as coisas,
Das coisas boas, dos momentos ruins,
Dos amores, das pessoas, dos impérios
De você. E o tempo vem.
E te levará também, eventualmente.
Priscila de Athaides – 14/03/2017
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