quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Da minha janela

Da minha janela vejo um mundo que desprezo,

Que diz que me pertence

E cultua o Deus dinheiro.

Vejo a todos e os vejo mortos

Caminhando para lugar nenhum,

Chamando de destino

O que eu chamo de fim.

Daqui vejo faces de solidão

Que os tornam independentes.

Adormecidos,

Vivem sonhos vazios

Consumindo-os enquanto os tornam pó,

E morrem em overdoses de narciso.

Eu observo as mães alimentando os seus filhos

Com filosofias vãs de morais falidas,

Os pais ignorando as horas

Em frustrações que chamam maturidade,

E os filhos isolados em seus quartos

Digitando mil palavras sem sentido.

Eu me vejo e ignoro

Que colidi com o concreto,

Buscando sentidos que me completam

Perdidos em lugar comum.

Priscila de Athaides – 27/08/2009

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