terça-feira, 19 de junho de 2007

O poeta e o papel

Um dos meus melhores amigos me relembrou da existência desse texto... tava lah coitado, perdido entre as poeiras e as teias de aranha... Mas estou colocando aqui para ser relembrado...
P.S. Shino, mto obrigada por existir em minha vida e extrair de mim o q há de melhor, naum desapareça... Te amo meu amigo!!!
E obrigada a todos os meus amigos... sinto falta de todos...
E ah Ju... se vc aparecer por aqui... poxa, soh te vejo em sonhos agora... Vê se aparece! Te amo mto mto msm, vc faz parte da minha vida desde q me entendo por gente, naum suma mais pleaseeeeee!!!


O maior medo de um poeta é olhar para uma página em branco e ela não lhe dizer nada, porque um poeta conversa com as páginas, num quase monólogo onde as páginas falam e o poeta escuta e assimila em sua mente aquelas palavras que fervem, e então ele descobre que não há prazer igual a esse...
Ah... Mas Quando as palavras se recusam a despirem-se, o poeta enlouquece, quer inventar, quer se inspirar, quer encontrar uma musa, um momento, qualquer coisa que lhe dê respostas, mas o único que ditará para ele o que fazer são aquelas páginas que se recusam a responder, e isso o tortura, parece que mata-o por dentro! Mas basta um segundo e tudo parece perfeito... Flui como a nascente de um rio, e se transforma num verdadeiro mar de êxtase e orgulho... Apenas um segundo para o poeta transformar todos os seus momentos, sejam eles bons ou maus, em belíssimas palavras, e espalhar naquelas tristes páginas brancas segredos revelados, segredos que as vezes só ele entende, segredos que os outros reinventam, mas segredos que ali se encontram para qualquer um ler. O poeta escreve para ele, para todos, para os outros e tantos se encontram ali, tantos se vêem desprezados e isso não importa, porque naquele papel, antes tão branco, agora se encontra a sua obra, unicamente especial, e esse é o maior prazer do poeta, saber que como aquele existirão vários, mas nunca o mesmo. E para o poeta não importa se a obra é ruim, se é maravilhosa, para ele aquelas palavras são deles, saídas de uma folha branca de papel. Quem nunca escreveu uma única linha de um poema, jamais saberá do prazer de se ver completando aquela página vazia, das formas, das rimas ou não-rimas, dos temas, das flores, dos arco-íris, dos passarinhos azuis, verdes, cor-de-rosa, das cachoeiras, do amor que rima com dor, do sangue, do tormento, da solidão, da saudade, do medo, de tudo aquilo que alguém é feito, jogados numa folha de papel. E esse é o maior medo de um poeta, perder esse prazer de se ver numa folha de papel, porque ao enxergar todo aquele branco, ele tem medo de se perder também.

Priscila de Athaides – 09/04/04

Um comentário:

Shinodex disse...

poxa Pri, já disse que eu sou lerdo... levei quase 7 anos pra ler esta dedicatória u.u"

Agradeço muito por ela, até os ninjas cortadores de cebola me acertaram agora...

Nem sei o que dizer... uma dedicatória de quase 7 anos, e um texto com mais de 10...

Fico muito feliz estarmos nos reaproximando. Espero que continuemos assim por muito tempo. Mesmo que barreiras geográficas sem imponham em nosso caminho, nossas almas continuarão conectadas...